A Assembleia Municipal do Marco de Canaveses aprovou, em clima crispado, a redução de 31 para 16 freguesias, deliberação que foi precedida por uma intensa discussão no plenário e contestação de dezenas de populares.
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Após seis horas de troca de argumentos a favor e contra a agregação de freguesias, na qual também participaram vários presidentes de junta que se opunham à medida, a proposta acabaria por ser aprovada com 36 votos a favor, 25 contra e duas abstenções.
A proposta apresentada pelo PSD, partido maioritário nos órgãos autárquicos concelhios, propõe que das atuais freguesias, apenas seis (Soalhães, Constance, Tabuado, Vila Boa do Bispo, Sobretâmega e Balho e Carvalhosa) mantenham a sua configuração atual.
As restantes 11 resultarão da agregação de várias freguesias. Os sociais-democratas propuseram a formação de uma única freguesia, com mais de 11 mil habitantes, para a cidade do Marco de Canaveses, agregando as atuais localidades de S. Nicolau, Tuías, Fornos, Freixo e Rio de Galinhas.
A reorganização administrativa preconizada pela maioria na Assembleia Municipal aponta para a criação de outra grande freguesia, com cerca de 8 mil residentes, no sul do concelho, agregando as atuais freguesias de Alpendurada, Torrão e Várzea do Douro.
Além disso, a proposta prevê a agregação das freguesias de Toutosa e Santo Isidoro, dando origem à freguesia de Livração.
Várzea de Ovelha e Folhada também passarão a ser uma única freguesia, o que ocorrerá também com a agregação de Vila Boa de Quires e Maureles.
Ainda no rol das agregações, propôs-se as freguesias de Avessadas com Rosém e de Penhalonga com Paços de Gaiolo.
As freguesias de Favões, Ariz e Magrelos, seguindo a proposta, ficarão agregadas. Também as freguesias de Sande e S. Lourenço do Douro ficarão unidas administrativamente.
O momento mais tenso da reunião ocorreu quando populares de S. Lourenço de Douro contestaram ruidosamente a proposta de agregação com Sande. Os populares, que interromperam a apresentação da proposta, defendiam que S. Lourenço de Douro se devia agregar com Magrelos. Durante vários minutos, prevaleceu alguma confusão na sala de sessões, com troca de palavras entre alguns munícipes, que criticavam a proposta que estava a ser explicada, e o presidente da Assembleia Municipal, António Coutinho, que apelava à calma.
Rui Cunha, líder da bancada do PSD, defendeu que a proposta apresentada visa evitar que o processo de reorganização administrativa do concelho venha a ser feito a partir de Lisboa.
"Temos hoje o sentido do dever cumprido", afirmou o deputado municipal, reconhecendo que se trata de uma proposta que não agrada a todos.
O PS, através do líder parlamentar João Valdoleiros, criticou a proposta, considerando ter sido feita "à revelia das populações". O deputado socialista criticou também o facto de a câmara, liderada por Manuel Moreira, não se ter pronunciado sobre o mapa proposto pela bancada do PSD na Assembleia Municipal.