O Orçamento da Câmara do Municipal do Marco de Canaveses para 2020 prevê um investimento de 700 mil euros na ampliação das redes de Saneamento e Abastecimento de Água.
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Para os sociais-democratas, o investimento é residual face às reais necessidades do concelho, sendo que "cerca de metade desse valor está já comprometido com o saneamento no Torrão, empreitada lançada pelo anterior executivo e agora concluída", lembrou Luís Vales, deputado do PSD.
"O que é que acha que o Município coloca nas valas dos arruamentos da cidade no âmbito do Plano de Ação de Regeneração Urbana do Município (PARU)?", questionou, em tom ríspido, Mário Bruno Magalhães (PS), vice-presidente da câmara. A reconstrução da ETAR da Ponte das Tábuas também foi prometida. Refira-se que esta ETAR está, há décadas, a drenar diretamente para o rio de Galinhas por falta de capacidade para tratar o caudal de efluentes.
O município, que tem um dos mais baixos rácios de redes de saneamento e água no país, continua impedido de aceder a fundos comunitários para infraestruturar o concelho devido ao litígio com a concessionária Águas do Marco. A Câmara corre o risco de ter de indemnizar a empresa numa verba que pode ascender aos 22 milhões de euros devido à alteração unilateral do contrato de concessão.
Fontes socialistas admitiram ao JN que o pagamento sentenciado pelo tribunal arbitral será a solução para acabar de vez com o impasse. A autarca do PS continua porém a dar sinais que se mantém empenhada na negociação. Contratou uma nova equipa de advogados e disse em Assembleia Municipal que aguarda por nova reunião com o novo acionista maioritário da empresa. "Temos de retomar as negociações. Já fizemos o pedido de uma reunião", sublinhou Cristina Vieira, deixando a esperança de "que estes novos acionistas pretendam uma rápida solução para o litígio que existe entre a câmara municipal e a Águas do Marco".
O Orçamento Municipal para o próximo ano, aprovado em Assembleia Municipal pelo PS, CDS e PCP/PEV e com a abstenção do PSD, tem uma dotação global de 28 milhões e 418 mil euros. Este valor, se as previsões das finanças municipais não errarem, será reforçado com mais 13 milhões de euros do saldo da gerência de 2019.