Marco Martins, que esta quarta-feira tomou posse como presidente da Transportes Metropolitanos do Porto, disse que "há problemas graves nos lotes 4 e 5 da Unir". Adiantou que a fiscalização irá para o terreno em abril e que as equipas trabalharão para que "em setembro, no início do ano letivo, os horários não falhem".
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Marco Martins tomou posse no Porto, na sede da Área Metropolitana, na presença do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, tendo todos partilhado tratar-se de um "momento histórico".
O lote 4 abrange Gaia e Espinho, e o lote e 5 engloba Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Arouca.
"Temos feito um trabalho de preparação, já reunimos com todos os operadores, fundamentalmente da Unir, que é o principal foco, de ataque, para poder repor a operação em condições de normalidade de funcionamento", disse Marco Martins, apontando, no imediato, para o dia 28, para a "assinatura do contrato programa".
"Estamos a preparar o dossiê para ter todos os instrumentos. As questões técnicas e de orçamento, e o plano de atividades, para começar rapidamente no terreno e haver efeitos desta mudança", prosseguiu.
"A grande dificuldade são os vários contratos, dos vários lotes, e há problemas graves nos lotes 4 (Gaia/Espinho) e 5 (Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Arouca), onde há problemas maiores. É a prioridade. Outra prioridade é o Andante, a bilhética. Tem sido esse o nosso trabalho, de diagnóstico, e ver qual é a melhor solução e mais rápida", explicou.
Falhas "não podem acontecer"
"Os operadores têm consciência das dificuldades, e das falhas, há problemas que vêm de trás e que nunca tiveram resposta, obviamente que há contratos, regem-se com base na lei e têm penalizações. Todos temos que olhar para isso de forma séria e honesta, sem nunca pôr em causa o serviço prestado e a questão das finanças públicas, que pagam o serviço da Unir e não só", adiantou.
Quanto à fiscalização está prevista arrancar em abril: "Se tudo correr bem, e conforme está previsto, a partir do dia 1 de abril começaremos com a fiscalização no terreno. Haverá fiscalização 'in loco' e informática, mas ainda não temos o sistema informático, nem no Porto nem na Área Metropolitana (AMP). Espero começar a trabalhar, não com o sistema perfeito, mas já com alguma robustez, de poder monitorizar o que acontece, no prazo de meio ano".
Acerca do lote 4, disse: "A falha de horários programados é uma realidade, não podemos fugir a ela, não têm culpa a AMP e os autarcas, já se sabe que o operador falhou, o que temos de fazer, em conjunto com o operador, é que aquilo que for publicitado seja cumprido, mesmo que não seja a 100%. O que for publicitado tem que ser cumprido, porque o cidadão não pode estar à espera".
Já sobre o lote 5, especificou: "Tem a ver com alterações na oferta, que não foram comunicadas. Houve alterações em Arouca, feitas pelo operador e que não foram comunicadas. Isto não pode acontecer".
Ainda em relação ao lote 4, adiantou: "Esperamos ter, coisa que não acontece, horários para o lote 4. A informação que temos é que o operador não está a cumprir o que está aprovado e que alterou... Isso não pode acontecer, tem que ter consequências, estamos a tentar de uma forma construtiva encontrar uma solução, já tivemos mais de três reuniões para o que for aprovado e divulgado seja cumprido".
"Há um problema operacional da própria empresa, que depois também tem um conjunto de queixas, que poderá ter razão em algumas, que têm a ver com pagamentos e valores, e que naturalmente interfere. É uma pescadinha de rabo na boca", lamentou.
"Penalizações para quem não cumprir"
"É importante dizer que AMP não tem equipa técnica suficiente, não tem culpa, fez o que pôde com sete ou oito pessoas, temos agora que perceber que há quem controle, fiscalize - horários, limpeza, estado dos autocarros, painéis, se os motoristas estão a cobrar bilhetes - e que há penalizações para quem não cumprir. Esta rede tem que ser montada, sob pena de andarmos em roda livre", alertou.
"Não estamos a dizer que os operadores são infratores, mas tem que haver controlo e fiscalização para haver responsabilidade", insistiu, afirmando que, até ao momento, "não foram aplicadas penalizações".
"Vamos ter várias equipas [nos vários lotes]. E temos uma meta: queremos que até setembro, início do ano letivo, os horários escolares estejam estabilizados, para que as crianças, estudantes e pais tenham horários e não falhem", sublinhou.