A marginal gaiense foi o palco da 1.ª edição da Meia Maratona de Gaia, onde milhares de atletas deram uso ao treino para cumprir uma das três provas: a meia maratona (21km), a mini (10km) ou a caminhada solidária. A chuva deu tréguas e não caiu durante o evento, para alívio dos participantes.
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Dos mais novos, aos mais velhos, todos pareciam partilhar do ambiente de festa que se vivia e que, maioritariamente, marca este tipo de provas. No final, o cansaço era evidente, embora suportado pela satisfação pessoal e sentimento de superação que permitia atenuar os sintomas.
"É muito bom participar neste tipo de eventos. Aos 52 anos, sinto que é a minha forma de remar contra a maré do tempo e tem um grande impacto social, porque noto que estando bem isso também afeta positivamente quem está à minha volta", explicou Clara Oliveira, que revelou ainda já contar com mais de 20 participações em iniciativas do género.
Mas a corrida, segundo contam os atletas, ao JN, não tem tanto a ver com ganhar, mas sim com superação pessoal. Clara Oliveira fez-se acompanhar por Teresa Gandra, amiga de longa data, que também já tem experiência neste tipo de andanças.
"Vim fazer esta prova com uma crise de asma, mas o ambiente motiva-nos e mesmo os outros participantes ajudam a que nós não desistamos. Não somos profissionais, fazemos isto também por motivos de saúde e o bom da corrida é que aqui somos todos iguais e estamos todos para o mesmo", contou a maratonista, de 48 anos.
Além das questões de saúde e de amor ao desporto, há ainda outras motivações que levam à participação. Se para alguns a competitividade é a chama que alimenta e ajuda a sair da cama às 7 horas de um domingo, para outros é apenas uma questão de bem-estar.
Joaquim Costa, de 57 anos, é encarregado de obras e tem no atletismo um "alívio do stress e uma forma de relaxamento".
"Esta é a minha escapatória. Embora não consiga acompanhar o ritmo dos jovens, porque a idade também pesa e os tempos de recuperação são maiores, é uma excelente forma de obrigar a sair do sofá. Com a idade que eu tenho preciso de treinar para continuar a ter uma vida saudável", partilhou Joaquim, que fez o trabalho de casa e analisou o percurso no dia anterior. A única razão de queixa do percurso à beira-mar "são as poças que se formaram por causa da chuva", mas entende que são "contrariedades impossíveis de prever".
Autarquia aprova a primeira edição
E se no final da provas os atletas partilhavam os tempos atingidos e congratulavam-se mutuamente pelo completar do desafio, foi possível perceber que a Câmara de Gaia quis analisar a Meia Maratona de Gaia a partir do terreno.
O presidente da autarquia gaiense, Eduardo Vítor Rodrigues, marcou presença junto à zona da meta e ficou muito agradado com o balanço final.
"Creio que foi um evento de sucesso, até porque se sente uma alegria contagiante. Além da importância de ter uma prova destas em Gaia, ajuda à divulação desta zona extraordinária, ficando o convite que a visitem também nos outros 364 dias do ano", salientou, acrescentando que "quem vê as imagens da corrida sem contexto acredita que está a ver um paraíso qualquer" e pedindo uma maior valorização do nosso património.
E se, como se costuma dizer, o importante é participar, há que destacar o mérito dos vencedores. Na meia maratona (21km), Fábio Oliveira foi o primeiro a chegar, percorrendo o percurso em 1:04:35.727 horas, enquanto que nas senhoras a mais rápida foi Carla Martinho, com o tempo de 01:14:09.837 horas.
Já na minimaratona, o primeiro lugar foi atribuído a Marco Marques, que cumpriu os 10 quilómetros em 34:10.713 minutos, enquanto que em femininos triunfou Mafalda Oliveira, registando 38:19.210 minutos.