A marginal de Vila do Conde, que está em risco de ruína, vai ter obras em breve, assumiu o Ministério Ambiente em resposta enderaçada aos deputados do PS que visitaram o local.
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São quase três milhões de euros para fazer obras nas marginais de Vila do Conde e de Árvore. Em outubro, os deputados do PS estiveram em visita ao local. Agora, em resposta, o Ministério do Ambiente promete obras para muito breve. Os socialistas cantam vitória e voltam a apontar o dedo à Câmara, que foi "incapaz de pressionar". O problema arrasta-se há quase três anos.
No caso de Árvore, a obra, orçada em 1,62 milhões de euros, "consiste na consolidação de defesa longitudinal aderente da praia", diz, em resposta aos deputados do PS, o ministério de Matos Fernandes.
Desde 2018, o muro da praia de Árvore já caiu três vezes, levando consigo a estrada, onde há um ano existe um enorme buraco que impede a passagem do trânsito. Depois de sucessivos "remendos" mal sucedidos, agora, diz o Ministério, foi preciso rever o projeto inicial, já que houve uma "extensão dos danos, decorrente das tempestades Elsa e Fabien, ocorridas no inverno de 2019/2020".
"Foi necessário alargar a área da intervenção dos 70 metros iniciais para 160 metros", explica o Ministério, justificando o atraso no arranque das obras.
O concurso será, agora, lançado "a 28 de dezembro" e a obra ficará concluída "até novembro de 2021". Será da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e co-financiada pelo POSEUR.
Marginal da cidade mais atrasada
Já na cidade, diz a tutela, a marginal divide-se em dois troços: o norte com 370 metros e o troço sul com 350. A sul, houve obras em 2015 e o enrocamento está "em bom estado de conservação". Já a norte, há "graves anomalias estruturais, tendo como causa o deslizamento parcial do talude". Também aqui, em 2019/2020, as depressões Elsa e Fabien agravaram o que já se arrastava há vários anos.
Agora, o Ministério de Matos Fernandes diz que até ao final do ano será assinado um protocolo entre a APA e a Docapesca (que tem, neste caso, a jurisdição). A obra, orçada em 1,33 milhões de euros (também cofinanciada pelo POSEUR), deverá arrancar, a cargo da APA, logo no início de 2021. O prazo de execução é de dois anos.
Recorde-se que, no caso da marginal de Vila do Conde, há um relatório do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) de 2019 que aponta para "perigo iminente" e aconselha o encerramento da estrada e a interdição da praia. Interdições que a autarquia de Vila do Conde nunca fez. Ainda assim, a presidente, Elisa Ferraz, garante que se fartou de pressionar as tutelas e, ainda em setembro, foi mostrar os "estragos" ao ministro do Mar. Mas a verdade é que os ministérios do Ambiente e do Mar trocavam acusações e as obras não saíam do papel. Agora, Matos Fernandes assumiu o problema.