Albus possibilita à população mais vulnerável, que vive nas freguesias isoladas, deslocar-se à cidade com frequência. Em 15 dias, 100 pessoas utilizaram o serviço gratuito da Câmara.
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Facilitar a todos a deslocação ao centro de Albergaria-a-Velha, principalmente à população mais vulnerável. É esse o objetivo do Albus, um minibus de 27 lugares que foi colocado, pela Câmara, ao dispor dos munícipes. Em fase de testes até ao final do ano, o serviço percorre diariamente as freguesias do concelho, é gratuito, para já, e parece estar a ajudar quem o tem utilizado.
Maria Rosa Campos, de 71 anos, mora em Telhadela e sempre que se queria deslocar ao centro de Albergaria-a-Velha tinha apenas duas hipóteses: "Acordar de madrugada", para apanhar o autocarro da carreira, que passa às sete horas na freguesia, ou esperar que as filhas lhe pudessem dar boleia. "Agora, escuso de me levantar tão cedo, até porque antes das nove não dá para resolver nada", conta Maria Rosa, depois de apanhar o Albus para ir às Finanças. É o segundo dia seguido que o faz. Teve conhecimento do serviço "através da Junta" e mostra-se satisfeita. "É muito bom. Nem é a questão de não pagar, mas sim porque dá muito jeito. As pessoas deviam aproveitar mais", sublinha.
Com uma geografia peculiar - que faz com que, em poucos quilómetros, se passe de uma cidade típica do litoral, cheia de movimento, para aldeias isoladas com fracos acessos -, Albergaria-a-Velha tinha, segundo Sandra Almeida, vereadora da Câmara, "lacunas nas ofertas de deslocação ao centro do concelho".
"Para já, é um projeto-piloto, fundamental para fazer o ajustamento de horários e de circuitos. O balanço tem sido positivo e já foi utilizado por cerca de 100 pessoas. Depois, deverá passar a ser um serviço pago, mas com um valor residual", adianta a a autarca.
De segunda a sábado
Criado no âmbito do programa municipal de acessibilidades da Autarquia, o Albus funciona de segunda-feira a sábado. E tem tido maior procura à quarta-feira e ao sábado, os dias em que o Mercado Municipal está aberto. É para lá que se desloca Maria Castro, de 62 anos. Doméstica de profissão, vive no Vale da Sapa e vai "buscar couves e umas coisinhas para meter na terra". "Às vezes, vinha à boleia. Assim é muito bom, porque não preciso de estar a pedir", explica. Melhor ainda, assegura, porque, por exemplo à quarta-feira, "duas horas e pouco depois dá para regressar a casa".
Em cada dia da semana, o Albus, que é operacionalizado pela Transdev, tem horários e trajetos diferentes. Há dias em que apenas faz transportes na zona Sul do concelho, outros na zona Norte e outros, ainda, em que se divide entre as duas. A exceção vai para as localidades de Mouquim, Vila Nova de Fusos, Vilarinho de São Roque e Carvalhal. Aí, por não entrarem na rota do minibus, tem que ser feita marcação prévia na junta de freguesia, para que um táxi leve os passageiros até à paragem mais próxima do Albus. "Sabemos que não vamos chegar a um conceito ideal, mas queremos chegar a um que se adapte o mais possível às necessidades", assegura Sandra Almeida.
Seis freguesias abrangidas
O Albus percorre todas as freguesias do concelho. Além disso, à semana, sai às 7.30 horas do Centro Coordenador de Transportes para levar os operários à zona industrial. Só depois segue para as aldeias.