Há mais de uma década que Mário Figueiredo é o rosto dos comunistas em Barcelos, sendo o único representante do partido na Assembleia Municipal. O técnico oficial de contas diz que volta a ser candidato porque acredita no projeto da CDU e que o objetivo para as autárquicas passa por "crescer eleitoralmente".
Corpo do artigo
É a quarta vez que se candidata. O que ainda o move?
O que me move é o acreditar no projeto da CDU, que assenta as medidas políticas naquilo que são as necessidades das populações. É um projeto realista e que tem sempre como ponto central a resolução dos problemas das pessoas. O partido continua a acreditar em mim, eu continuo disponível, e, dentro deste casamento, tenho toda a motivação para continuar a minha luta.
Reforçar o peso na Assembleia Municipal é o objetivo da CDU?
Qualquer partido tem como objetivo crescer eleitoralmente. Mas não queremos crescer para ter lugares só por ter. É para termos mais possibilidades e mais capacidade de defender aquilo que achamos que é o melhor para a população de Barcelos.
Qual tem sido o "cavalo de batalha" da CDU?
Não há assunto que tenha repercussões na vida coletiva do concelho que não nos interesse. Há uma matéria fundamental e eu considero prioritária porque o seu desfecho terá influência no que será a governação nos próximos anos.
Está a falar da questão da água?
Sim. Entendemos que um serviço público serve sempre melhor os interesses da população. Desde o início que fomos contra a concessão da água e o tempo deu-nos razão. Sempre defendemos a remunicipalização da água e saneamento e, por isso, tem de se pôr fim ao contrato. Preocupa-nos a questão financeira porque tudo isto poderá condicionar as contas do município. Estamos a falar de uma indemnização de mais de 200 milhões de euros, o que representa quase três orçamentos municipais. Em 2015 foi votado na Assembleia Municipal o resgate da concessão da água por 87 milhões de euros e penso que deve ser esse o caminho a ser retomado.
Quais são as linhas de ação da CDU?
Temos vários eixos que consideramos fundamentais. A questão dos transportes públicos, quer os ferroviários quer os rodoviários. A questão da zona ribeirinha e recuperação de toda a zona envolvente. A questão dos trabalhadores e das condições de trabalho. A questão da defesa dos serviços públicos. A questão da construção do novo hospital, que é fundamental, entre outros.
Como avalia a governação socialista da Câmara?
O PSD estava há muitos anos no poder, com o acumular sucessivo de erros, e romper esse ciclo foi importante. Se me perguntar se eu tinha esperança que houvesse grandes mudanças com o Partido Socialista, não tinha. Infelizmente estes 12 anos de governação foram-me dando razão. Do que era realmente importante para Barcelos, o PS não conseguiu alterar.