O cenário das inundações voltou a repetir-se em algumas escolas de Valongo e da Maia, devido à chuva forte da manhã desta quinta-feira. Houve aulas interrompidas e, segundo os pais, alunos a fazer refeições em salas de aulas. Na Maia, os alunos tiveram de entrar na escola por uma ponte improvisada com bancos.
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Para acederem ao edifício da Escola Básica n.º 2 de Gueifães, na Maia, os alunos tiveram de atravessar uma ponte improvisada com três bancos. Tudo porque a entrada estava alagada.
"O problema é constante e é uma falta de segurança enorme para as crianças", disse Bruno Brás, pai de Beatriz Brás, que estuda naquele estabelecimento de ensino.
O cenário desta quinta-feira na entrada da escola não é inédito. Segundo o mesmo pai, "ainda esta terça-feira a escola teve de ser evacuada de emergência". "Recebemos uma mensagem da direção para irmos buscar os educandos com urgência, porque estavam em choque e aflitos enquanto a escola metia água", partilhou Bruno.
Segundo o encarregado de educação, o problema arrasta-se desde abril, altura em que a associação de pais reportou a falta de condições e a necessidade de obras urgentes.
O mesmo pai adiantou ainda que aquele estabelecimento tem vários alunos com deficiência, alguns deles em cadeiras de rodas, que esta quinta-feira não poderam entrar.
Em resposta, a Câmara da Maia afirma que já fez intervenções naquela estrutura, mas o problema não ficou resolvido.
"A vice-presidente com o pelouro da Educação, Emília Santos, já solicitou a marcação de uma reunião com a Associação de Pais, a coordenadora do estabelecimento de ensino e o diretor do Agrupamento de Escolas da Maia para se analisarem as situações que é necessário solucionar", refere a Autarquia.
O problema na entrada daquela escola poderá estar a ser provocado por "uma árvore de grande porte, cujas raízes estão a danificar o pavimento e a ocupar o espaço da infraestrutura de saneamento, pelo que os serviços já estão a analisar o seu desmantelamento", adianta a Câmara da Maia.
Aulas em escola de Ermesinde foram interrompidas
Na Escola Básica Montes da Costa, em Ermesinde, Valongo, o chuva voltou a provocar inundações e obrigou à interrupção das aulas. "Vamos andar o inverno todo assim", disse Fátima Lemos, que tem duas filhas a estudar naquele estabelecimento.
O problema "é constante", expôs a encarregada de educação. Na semana passada, o impacto da tempestade Aline não deu tréguas, e a escola ficou inundada, obrigando ao encerramento de todo o espaço.
Na altura, a Câmara de Valongo disse ao JN que a entrada da água deve-se à precipitação anormal que se fez sentir. As caleiras não têm capacidade para reter a quantidade de água, que transborda para o interior da escola.
O Município adianta que vão substituir todas as caleiras, "aumentando o caudal", mas que os trabalhos "só podem avançar quando houver uma melhoria do tempo".
Também na Escola Básica do Carvalhal, no mesmo concelho, a chuva forte causou inundações em alguns espaços, mas não afetou as aulas que continuaram a decorrer.
Os pais são obrigados a interromper o seu dia-a-dia para ficar com as crianças. Fátima Lemos alerta que o problema prejudica as crianças. "Alguns deles almoçaram nas salas de aulas, pois o refeitório estava todo inundado", expôs a encarregada de educação.
Ao JN, a Câmara de Valongo diz que, "logo após a ocorrência, foi acionada uma equipa de funcionários municipais para limpar a água que entrou na cantina, de modo que fosse possível servir as refeições à hora de almoço".