O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes (PSD), admitiu, este sábado, que as duas fundações em que a autarquia participa (ELA e PortoGaia) venham a ser extintas, embora lembrando que as instituições "não custam um tostão ao erário público".
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Porventura, vamos se calhar extinguir as duas fundações", afirmou aos jornalistas Luís Filipe Menezes, na sequência da cerimónia de lançamento da primeira pedra do complexo desportivo do Clube de Futebol de Oliveira do Douro.
De acordo com o autarca, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia tem participações em duas fundações públicas de direito privado: a Fundação PortoGaia para Desenvolvimento Desportivo, em parceria com várias entidades entre as quais o FC Porto, e a Fundação ELA, em colaboração com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
A Fundação ELA, que existe para fazer a gestão de um aquário na Aguda, explicou Menezes, recebe 100 mil euros anuais e deverá ser integrada na empresa municipal do ambiente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.
Por seu lado, a Fundação PortoGaia "custa zero à Câmara Municipal", esclareceu o autarca social-democrata, acrescentando que o município utiliza as instalações do complexo desportivo do Olival-Crestuma, que funciona como centro de estágios do FC Porto.
Esta semana, o relatório de avaliação das fundações divulgado pelo Governo atribuiu a pontuação de 26,1 pontos à Fundação PortoGaia e de 48,8 à ELA, tendo a primeira recebido 4,2 milhões de euros de "apoios financeiros públicos" entre 2008 e 2010, enquanto a segunda somou 457 mil euros no mesmo período, segundo o mesmo documento.
Luís Filipe Menezes explica este montante relativo à Fundação PortoGaia por serem as últimas prestações de pagamento do equipamento municipal, valor que cairia para zero caso a avaliação prosseguisse nos anos posteriores.
"Amanhã chegávamos a um acordo com o FC Porto, o FC Porto poderia ir para um centro de estágios em Campanhã, se calhar até um dia poderá ir, pode haver um presidente da Câmara com um pouco de bairrismo que queira levar o FC porto para o Porto e nesse mesmo dia a Câmara Municipal [de Gaia] tem ali um equipamento que vale 15, 20 milhões de euros. Está nos ativos municipais", afirmou o autarca.
"Em relações às nossas duas modestas fundações, que não dão despesa, o Estado mandou-nos um relatório e não nos impõe a extinção das fundações. Era o que faltava, porque elas não custam um tostão ao erário público", disse o presidente da Câmara de Gaia, que garantiu ir completar o mandato à frente do município.