O ex-líder do PSD e conselheiro de Estado Luís Filipe Menezes lamentou este sábado que se esteja a perder tempo a discutir "jobs for the boys", numa alusão ao processo de escolha da administração da Metro do Porto.
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"Temos problemas sociais gravíssimos, temos que tratar do emprego, das creches, dos problemas que afligem os cidadãos e agora estamos a discutir nomes para a junta metropolitana e a arranjar 'jobs for the boys'", atirou o também autarca de Gaia à margem de uma cerimónia de assinatura de protocolos de comodato que decorreu esta manhã.
Frisando sempre que está "completamente a leste" e "fora" do assunto, Menezes assinalou que "não há um único amigo próximo do presidente da câmara de Gaia" que "no último ano tenha sido nomeado para qualquer cargo público relevante na área metropolitana do Porto".
"Nenhum, e nem todos os agentes políticos da região podem dizer o mesmo. Porquê? Porque sou contra os 'jobs for the boys'", destacou o social-democrata que garantiu que "nunca abriria uma guerra para colocar um amigo onde quer que fosse".
Na sexta-feira, a Junta Metropolitana do Porto (JMP) aprovou João Velez de Carvalho (ex-administrador da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto - STCP) para presidente da Administração da Metro do Porto, tendo Rui Rio indicado o nome de António José Lopes para vogal executivo da empresa.
Gaia foi o único município da Área Metropolitana do Porto a votar contra a proposta de lista para os novos órgãos sociais da Metro do Porto, então apresentada na JMP, por ter sido excluída na constituição dos órgãos sociais.
A assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para a tarde sexta-feira com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, e aprovar os nomes apresentados de manhã, foi porém suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado.
Para o autarca de Gaia, os cinco municípios que servem o metro deveriam estar representados na Metro do Porto e "logo em primeiro lugar o Porto, cidade central da região".
"Diria, a seguir, a segunda maior cidade, Gaia, e depois punha para os outros cargos todos, em posição de igualdade, Maia, Gondomar, Matosinhos", referiu, considerando que "não é preciso ser uma luminária", para chegar a essa conclusão.
Menezes acrescentou porém que "devia ser assim, mas se não for assim, e já há muitos anos que não é, também não vai morrer ninguém. É essa a nossa posição. Não nos metemos nessa guerra. É um problema entre a JMP e o governo".
Adiantando que "nos próximos anos não vai haver grande investimento no metro do Porto", considerou que "aquilo que se exige é uma administração que seja muito criteriosa na gestão da exploração" e que "tem de ser gente competente, capaz, com currículo".
Durante os próximos 15 dias, e até à nova Assembleia-Geral da Metro do Porto, Ricardo Fonseca mantém-se na presidência.
O atual conselho de administração, cujo mandato já terminou em dezembro de 2010, pediu a demissão em bloco em finais de maio, aquando da última assembleia-geral da empresa, com efeitos a partir do fim deste mês, por não terem sido nomeados os novos órgãos sociais.