Luís Filipe Menezes disse hoje, quinta-feira, ficar "meio satisfeito" caso se confirme o regresso do Red Bull à ribeira de Porto e Gaia porque "preferia que ficasse os quatro anos e que no ano de eleições não fosse em Lisboa".
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"Não estou satisfeito porque ainda não tenho nenhuma resposta definitiva. Se acontecer o Red Bull ficar cá, eu fico meio satisfeito. Porque preferiria que ficasse cá os quatro anos e preferiria que no ano de eleições não fosse em Lisboa", respondeu o presidente da Câmara de Gaia aos jornalistas quando questionado sobre a quase certa realização da Red Bull Air Race no trajecto dos últimos três anos, entre as pontes Luís I e da Arrábida.
Uma notícia do "Jornal de Notícias" de hoje avança que a da Red Bull aceita manter a corrida aérea nas ribeiras de Porto e Gaia, havendo já a aceitação por parte do presidente da autarquia portuense, Rui Rio, e faltando a reunião que Menezes manterá, terça feira, com a empresa organizadora da prova desportiva.
O presidente da Câmara de Gaia relembrou que manter o trajeto original foi umas das exigências da autarquia e explicou os motivos desta insistência, recusando a ideia de ter sido por teimosia.
"Primeiro porque do ponto de vista socioeconómico, a Câmara de Gaia, no seu orçamento, deve financiar algo que beneficie Gaia e Porto, aqui a zona do centro histórico e não uma coisa longínqua lá ao pé do mar", sublinhou o autarca.
Menezes reafirmou ainda os "problemas estruturais das escarpas que estão à volta da ponte da Arrábida, que com o último inverno cederam e que estão neste momento no processo de rigorosa fiscalização e acompanhamento para intervenções de fundo de consolidação nos próximos meses".
"Por todos estes motivos de racionalidade, a nossa posição foi de que só estávamos interessados no modelo anterior, não aceitando o argumento da segurança porque foi-nos garantida a segurança durante os últimos três anos e estavam-nos a passar a nós próprios um atestado de irresponsabilidade no carácter retroactivo que não aceitamos", enfatizou.
Relativamente aos 400 mil euros com que cada uma das câmaras - Porto e Gaia - vão apoiar a Red Bull Air Race, Menezes salientou que "há muitas outras despesas, a montante e a jusante, desse cheque" e que o valor final é "bastante superior a esse".
"A polícia, a segurança, a fiscalização de trânsito e a intervenção do departamento de obras custam dinheiro", disse o presidente gaiense, acrescentando que neste momento não é o "valor total que está em causa, mas sim a forma como ele é liquidado".
A questão em torno da Red Bull Air Race em Portugal - que nas últimas três edições decorreu na zona de ribeirinha de Porto e Gaia - dura já há vários meses, tendo a empresa inicialmente tentado mudar a prova para Lisboa.
Contudo, acabou por ficar decidido que o evento desportivo realizar-se-á nos próximos quatro anos, alternadamente, entre Porto e Gaia e a capital portuguesa, estando a edição deste ano marcada para o Norte.