Cumprem-se, até este domingo, 25 anos da recriação do Mercado à Moda Antiga, em Oliveira de Azeméis. O evento, que recupera usos e costumes de há mais de um século, tornou-se numa referência da região, que atrai um número crescente de visitantes e ajuda os bolsos das associações locais.
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“O mercado é uma oportunidade para as associações realizarem receita. Estamos a representar os costumes e procuramos os produtos que os lavradores das freguesias vizinhas vinham à sede do concelho vender”, explicou, ao JN, Joaquim Ferreira, presidente do Grupo Musical Macinhatense, freguesia de Macinhata da Seixa.
“Trazemos as batatas, os limões e a fruta do quintal”, refere este responsável, recordando que Macinhata da Seixa “foi caracterizada por ser a terra da cereja”, algo que pertence ao passado. Ainda assim, na barraquinha da associação não faltaram as cerejas expostas.
Satisfeito com o evento, Joaquim Ferreira deixou um reparo: “No início era mais genuíno. O tradicional era mais valorizado, mas foram abrindo o mercado a todas as associações e algumas não estão motivadas para a tradição”.
“Tem que se continuar com rigor. Com as pessoas devidamente trajadas, numa cópia fiel do mercado que se fazia antes”, justificou.
Gracinda Pinto, que na banca expõe os produtos do seu talho, não podia estar mais satisfeita. “Já participo há 25 anos e isto está fantástico”. Com os afamados rojões da “Tia Cinda” em destaque, mostra mais produtos, entre os quais outros enchidos. “Tudo como se vendia na altura”, garantiu. “O mercado tem vindo a evoluir muito”, completou.
Na barraquinha do Grupo de Danças de S. Martinho da Gândara há igual entusiasmo. “De ano para ano há mais gente a vender e mais clientes. No início só havia [as barraquinhas] dos ranchos folclóricos com venda de produtos hortícolas e artesanato, mas agora já há comes e bebes e associações de escolas e outras”, explicam Cláudia Melo, Fátima lopes e Fátima Melo.
Disseram que estão ali para “participar" e divertirem-se, ajudando a realizar algum dinheiro para a associação, resultante da venda dos produtos que “os agricultores locais oferecem”.
Clientes vêm de todos os lados
Os produtos são muito procurados pela clientela que vem, maioritariamente do concelho, mas também de outras zonas.
"Há cerca de 10 anos que visitámos o mercado. Vimos pelos produtos da terra, que são sempre mais fresquinhos do que nos supermercados, e pelos rojões da Tia Cinda, que são os melhores que já comemos”, afirmou Maria Manuela Palma, que viajou da Maia, na companhia do marido.
“Adoro as sandes de porco no espeto e todo este convívio. É espetacular”, adianta Adriano Maia, outro visitante, vindo de Santa Maria da Feira.
O Mercado à Moda Antiga, que conta com cerca 80 associações e outras tantas de artesãos, decorre até às 20 horas deste domingo.
Trata-se de um projeto nascido em 1997 por iniciativa do Grupo Recreativo, Associativo e Cultural de Cidacos, coletividade fundada em 1972. Desde a primeira edição contou com a parceria da Câmara de Oliveira de Azeméis, que em 2014 assumiu em pleno a sua organização, tendo como parceiro a Federação das Assocações (FAMOA).