São oito as marchas antoninas que vão animar as ruas da cidade e atuar em frente aos Paços do Concelho.
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Os festejos em honra de Santo António em Famalicão assinalam esta noite um dos seus momentos mais altos: as marchas Antoninas desfilam pelas principais ruas da cidade e exibem o trabalho de meses em frente aos Paços do Concelho. Durante a tarde, a cidade é animada pelo desfile das marchas infantis.
São oito os grupos que decidiram pôr mãos ao trabalho sob o tema "Gentes da Lavoura" para marchar sem que nada falhe. Embora uns sejam mais experientes e outros menos, a verdade é que a noitada de Santo António também serve para mostrar o labor de meses.
"É um gosto e sempre foi um desejo mas faltava quem desse o primeiro passo", conta Cecília Vale, uma das responsáveis pela marcha de S. Cosme do Vale. O primeiro passo foi dado e esta marcha estreia-se hoje nestas lides. Mas, apesar disso, apoio não lhes falta. "Todas as associações da freguesia ajudaram", conta Cecília. "Uns com umas coisas, outros com outras", atira enquanto conta que a ansiedade inicial que a consumiu já passou. "Até ter tudo definido estava ansiosa", diz, mas "entretanto, as coisas começaram a andar e passou", acrescenta.
O facto de serem novos nestas andanças não tira ambição. Ângela Amaral, uma das marchantes não põe de parte a vitória. "Claro que quero ganhar", exclama acrescentando que toda a gente está "super entusiasmada".
"Vamos com garra", acrescenta Liliana Oliveira já preparada para mais um ensaio liderado pelo coreógrafo Artur Moreira, que não duvida que este é um desafio acrescido pelo fato dos marchantes serem estreantes.
"Nesta noite tudo conta"
"É um grande desafio mas é muito prazeroso", revela enquanto explica que já tem alguma experiência a coreografar marchas. Um trabalho para o qual, diz, é necessário "pesquisa e criatividade". Nesta noite, tudo conta. Sorriso, postura, roupas, arcos, letra da música, arranjo musical e até o tempo da coreografia e da entrada e saída de palco. "Um segundo pode retirar pontos", avança Rui Faria da marcha da Associação Cultural de S. Salvador da Lagoa, que no ano passado conquistou o primeiro lugar.
Um triunfo que traz, este ano, uma responsabilidade acrescida, porque "as "expectativas estão altas". E embora Rui frise que o objetivo principal de participar é a "diversão", não esconde que a marcha da Lagoa fará o "melhor possível" para arrecadar um prémio.
"Quando se começa a aproximar o grande dia intensificamos os ensaios. Temos de afinar tudo para estar coordenado", afirma.
A todo o trabalho de confeção de roupas, produção de arcos, música, letra, coreografia, o dia de hoje também é de labuta. Cabelos, maquilhagem, logística são aspetos que não são descurados.
"Nada pode falhar"
"As cabeleireiras e maquilhadoras vão juntar-se cedo, e temos uma espécie de linha de montagem porque nada pode falhar", refere Cecília Vale.
À marcha de S. Cosme do Vale, que será a primeira a atuar e da Lagoa juntam-se outras seis. As marchas são um dos pontos altos das Antoninas que foram consideradas Património Cultural Imaterial de Portugal.
As festas, que custaram quase 700 mil euros, terminam amanhã, com a missa em honra do santo padroeiro, a distribuição do pão de Santo António e a procissão.