Metro do Porto arranca com trabalhos de exploração arqueológica na futura Linha Rosa
A Metro do Porto inicia na próxima semana os trabalhos de exploração arqueológica ao longo do traçado da futura Linha Rosa, com a duração prevista de um mês, prévios ao arranque da construção.
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"As sondagens arqueológicas vão incidir sobre três pontos específicos em redor da futura Estação de S. Bento, todos eles localizados na Praça da Liberdade e no Largo dos Lóios. Dada a natureza dos trabalhos - manuais, efetuados sem recurso a máquinas -, não haverá qualquer tipo de impacto ambiental", refere a empresa, em nota enviada hoje à agência Lusa.
A Metro do Porto sublinha que "a intervenção tem a duração prevista de um mês e obrigará apenas a ligeiros condicionamentos pedonais, mantendo-se a total normalidade de circulação rodoviária".
A nova Linha Rosa do Metro do Porto é formada por quatro estações e cerca de três quilómetros de via, ligando S. Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, servindo o Hospital de Santo António, o Pavilhão Rosa Mota, o Centro Materno-Infantil, a Praça de Galiza e as faculdades do polo do Campo Alegre.
"Posteriormente, já nas primeiras semanas de 2021, irão arrancar trabalhos idênticos em outras áreas do percurso da Linha Rosa (...)", acrescenta a Metro do Porto.
A empresa explica que "os trabalhos de exploração arqueológica são prévios e obrigatórios para o arranque das obras de construção propriamente dita", o que sucederá, segundo a nota, "igualmente em breve", sem especificar uma data.
A Linha Rosa tem sido contestada por vários grupos ambientalistas do Porto que pedem que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) chumbe o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), obrigando a Metro do Porto a alterar a execução do projeto prevista para o local.
Em 05 de novembro, a Metro do Porto informou ter adjudicado a construção da nova Linha Rosa, que se materializará após validação do Tribunal de Contas.
Também o Bloco de Esquerda já veio dizer que várias associações ambientalistas têm vindo a denunciar estes projetos e que, no caso da Linha Rosa, a Metro do Porto "estava obrigada pela DIA [Declaração de Impacte Ambiental] a compatibilizar a conceção da estação da Galiza com a preservação integral do Jardim de Sophia".
Na quarta-feira, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, garantiu que conhece "bem" o relatório da Metro do Porto que contempla 11 eixos traduzidos em sete novas linhas, apontando para um "projeto para 10 anos, que em 10 anos estará concretizado".
"Já conheço o estudo e conheço-o bem", disse o ministro, à margem da assinatura de um protocolo entre a tutela e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), em Matosinhos, quando confrontado pelos jornalistas com o facto de estar agendado para aquele dia a entrega do relatório final da expansão da Metro do Porto, numa cerimónia entretanto cancelada.
Em causa está o relatório final sobre as novas linhas de metro, que contempla 11 eixos de metro que se refletem em sete novas linhas.