A Metro do Porto já agendou reuniões com os moradores da zona de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, cujas casas estão previstas para demolir no âmbito da construção da Linha Rubi, disse esta sexta-feira fonte oficial da empresa à Lusa.
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"Estão já agendadas reuniões com os moradores", respondeu fonte oficial da Metro do Porto à Lusa, uma informação confirmada pela agência de notícias junto de alguns moradores.
A Lusa tinha questionado a Metro do Porto na sequência de um comunicado do PSD/Gaia, que se reuniu com a administração da transportadora na terça-feira, e tinha manifestado "justificadas preocupações" acerca do assunto.
Segundo o PSD/Gaia, "a administração da Metro do Porto reconhece que as demolições serão uma parte mais complexa e delicada do processo e que pretende dirimir estas questões por mútuo acordo, sobretudo em Santo Ovídio, onde se prevê que haja uma necessidade de área mais expressiva".
Apesar de fonte oficial da Metro não comentar diretamente esta parte do comunicado do PSD/Gaia, hoje, em declarações à RTP, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, reconheceu que "não havia outra alternativa".
"De facto, nós vamos ocupar aquela zona. As soluções passam sempre por expropriações que nós queremos que sejam o mais amigáveis possível Nós teremos, com certeza, consideração pelas pessoas, como sempre tivemos", disse o responsável.
Em causa está construção da nova estação de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), englobada na empreitada da linha Rubi (Santo Ovídio - Casa da Música), que implica que "será necessário demolir a totalidade das construções existentes na parcela limitada pela Rua António Rodrigues Rocha (a norte) e o largo da Igreja Paroquial de Santo Ovídio", segundo o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado em 12 de outubro.
Três idosas residentes no local mostraram-se, no dia 15 de outubro, surpreendidas com o estudo da nova linha Rubi (H), que contempla a demolição das casas onde vivem há 35 anos.
Uma das residentes, Helena Vilela, de 70 anos, considerou a situação "um descalabro, uma falta de respeito pelas pessoas", acrescentando à Lusa que soube da situação relativa à sua casa "através da Internet" e "não houve uma palavra" da parte da Metro do Porto.
À data, fonte oficial da empresa referiu que "o projeto só está pronto para ser lançado a concurso quando tiver a Declaração de Impacto Ambiental [DIA]", e nessa fase é que deveriam ser informados os moradores afetados, processo que entretanto já arrancou, apesar de ainda estar a decorrer a consulta pública (dura até 17 de novembro).
O comunicado do PSD também referia a possibilidade de demolições junto à VL8, e fonte oficial da Metro do Porto adiantou que o número de casos "ainda está a ser apurado e dependerá das soluções que se encontram a ser finalizadas dentro do projeto de execução".
Em Gaia, as estações previstas para a linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.
A construção da linha Rubi, prevista no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), custará 300 milhões de euros mais IVA, e deverá terminar no final de 2025.