Modificações no Metro do Porto para ter mais lugares já foram feitas em duas composições. Se a avaliação dos passageiros for positiva, as 72 carruagens do modelo Eurotram mudam de configuração
Corpo do artigo
A partir do próximo ano, a Metro do Porto terá novas composições em circulação, permitindo um reforço do serviço. Ao todo são 18 os veículos, sendo que alguns vão ser canalizados para as duas novas linhas. As obras de alargamento da Linha Amarela e de construção da Linha Rosa deverão arrancar antes do verão. Até lá, para fazer face ao aumento da procura, a empresa poderá avançar com bancos laterais nas 72 composições do modelo Eurotram.
Já estão a circular na Linha Amarela, que liga Santo Ovídio, em Gaia, ao Hospital de S. João, no Porto, dois veículos com esta nova disposição. Trata-se de uma versão melhorada do projeto-piloto que avançou há cerca de um ano. Na altura, a composição que esteve ao serviço recebeu muitas críticas dos passageiros, sobretudo devido à falta de pontos de apoio. Segundo Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro, do ponto de vista quantitativo, "o [atual] ensaio está a correr de acordo com as expectativas", no que toca a fluidez e lotação.
"Estamos a trabalhar com um veículo com alteração de "layout" acoplado a um sem alteração. A plataforma do veículo alterado fica vazia muito mais rapidamente. Há uma maior fluidez de entrada e saída", disse Tiago Braga, sublinhando que "a lotação tem aumentado 10%".
Daqui a um mês, em colaboração com a Escola Superior de Artes e Design, a empresa vai realizar um inquérito junto dos passageiros para aferir o grau de satisfação. "Se, do ponto de vista de conforto, as pessoas responderem positivamente, a nossa intenção é fazer a mudança em toda a frota Eurotram. No modelo tram-train não, porque estamos a falar de um tempo de permanência no veículo mais longo [é usado nas linhas com trajetos maiores]", explicou o responsável.
Aumento da procura
Na cerimónia de assinatura do contrato de aquisição das novas composições, onde esteve presente o primeiro-ministro, António Costa, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, destacou que em 2019, com a introdução do passe único, o aumento da procura no metro do Porto atingiu os 14%, sendo que o crescimento "voltou a estar fundado nos passes mensais".
Os 18 novos veículos, comprados à empresa chinesa CRRC Tangsthan, custaram 49,6 milhões de euros. Prevê-se que comecem a ser entregues no terceiro trimestre de 2021. Até 2023 devem chegar todos, ao ritmo de um por mês. As composições, cada uma com capacidade para 252 lugares, 64 dos quais sentados, vão permitir disponibilizar mais 60 mil lugares diários.
Transporte público ajuda a "resolver problemas da cidade"
Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, acredita que nos próximos anos vai ser possível substituir o "egoísmo" do transporte individual pelo transporte público. O autarca defende que o transporte público vai ajudar a "resolver os problemas das cidades", no que toca à qualidade de vida e ao ambiente. "Havendo mais capacidade e mais oferta, os cidadãos estão disponíveis para trocar o conforto do transporte individual pelo transporte público", disse.
Expansão
Linha Rosa
O projeto para a Linha Rosa prevê a ligação entre a Avenida dos Aliados e a Casa da Música, na Boavista. O trajeto será todo subterrâneo, acrescentando quatro novas estações: Liberdade, Hospital de Santo António, Galiza e Casa da Música II. A extensão é de 2,5 quilómetros.
Linha Amarela
A Linha Amarela, que atualmente faz ligação entre o Hospital de S. João, no Porto, e Santo Ovídio, em Gaia, vai ser ampliada até Vila d"Este, passando a servir o Hospital Eduardo Santos Silva. O novo troço tem 3,18 quilómetros.