Cerca de 15 mil pessoas terão passado pela feira agrícola que terminou este domingo.
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Ariana, quatro anos, faz festas a um cavalo e fala com entusiasmo sobre outros animais que já viu: burros, póneis, galinhas, patos, ovelhas. Está ao colo da mãe, Andreia Carvalho, que fez a viagem desde Oliveira de Azeméis até à Agrovouga, no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro, para poder proporcionar "contacto com os animais" e, assim, os filhos "não terem medo", explica. O cavalo é de Jorge Lobo, da Quinta da Crasta, em Vagos, que quis "dar um abraço à Agrovouga" e, por isso, fez questão de participar na feira agrícola da região de Aveiro, que este domingo chegou ao fim.
Hoje, último dia, o recinto esteve repleto de famílias. Como a de João Silva, que amparou a filha Beatriz, de três anos, para a pequena poder tocar numa ovelha. Na família há quem faça criação, mas foi na Agrovouga que o pai encontrou "diversidade de animais" para mostrar à pequena.
Esta edição foi "muito participada", assegura o presidente da Câmara de Aveiro. A estimativa é "grosseira", mas Ribau Esteves acredita que ao longo dos cinco dias terão passado pelo recinto "cerca de 15 mil pessoas". Estes certames, acrescenta, são importantes para a "formação integral das crianças, jovens e adultos", já que "cada vez mais vivemos numa sociedade urbana e as pessoas não têm a vivência da ruralidade".
Beatriz, oito anos, passeou sem medo perto das vacas das raças Barrosã e Marinhoa, na companhia do irmão Francisco e do amigo da família, João Maio. À semelhança deles, a maioria das pessoas que ali passaram a ver o gado pareciam a Fábio Rodrigues, produto leiteiro e de bovinos da raça Marinhoa, "gente da cidade". Ou seja, "pessoas que não têm negócios ligados a animais", mas mostram interesse e "fazem perguntas", explica o produtor da Murtosa.
"É uma feira mais citadina, que traz muitas pessoas que não são profissionais da área", concorda Nelson Martins, da Sociedade de Equipamentos Agrícolas do Centro. O "clima é de retração" e não tem feito muito negócio, mas a visibilidade ganha na Agrovouga poderá ajudar no futuro. Já o vendedor de enchidos José Monteiro, de Castro Daire, não se queixa, "está a correr bem".