Cerca de 18 credores exigem a empresa de Torre de Moncorvo meio milhão de euros por trabalhos.
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As minas de ferro de Carvalhal, em Torre de Moncorvo, estão sem atividade há quase dois meses devido a alegados pagamentos em atraso às empresas, que ali trabalhavam na extração minério à superfície.
O Jornal de Notícias apurou que o montante total dos pagamentos atrasados ronda o meio milhão de euros a, pelo menos, 18 empresas de camionagem, extração e lavagem do minério. "Algumas não recebem desde o início do ano, outras há três ou quatro meses", explicou um responsável da Nordareias, que preferiu manter anonimato, frisando ter esperança que os trabalhos serão retomados em breve.
"A obra de alargamento do Porto de Leixões, que está em curso, não pode parar, pelo que o problema deve resolver-se", referiu a fonte.
Desde março de 2020 que decorriam trabalhos de remoção do agregado de ferro de alta densidade no cabeço da Mua, na União das Freguesias de Felgar e Souto da Velha. No local, o JN constatou que não há movimentação de máquinas e pessoas.
As minas estiveram encerradas 38 anos, mas Aethel Mining Limited, conseguiu a concessão da exploração até 2070. Esta empresa tem ligação à Aethel Partners, que se apresenta como gestora de ativos em dificuldades, e que fez uma proposta para adquirir o clube inglês Chelsea, por dois mil milhões de euros.
"Paragens técnicas"
A empresa negou ao JN que a atividade nas minas esteja parada. "A laboração na mina está a decorrer normalmente, podendo existir quando necessárias paragens técnicas para manutenção", explicou por escrito. A Aethel garantiu que não há pagamentos em atraso às empresas. "São comentários que não correspondem à realidade", acrescentou a mesma fonte.
Quando a concessionária iniciou a extração, propunha-se retirar duas mil toneladas diárias de agregado de ferro do depósito da Mua.
A empresa anunciou um investimento de 550 milhões de euros e a criação de mais de 400 postos de trabalho em seis décadas.
O material que estava a ser retirado era transportado para a zona industrial de Larinho, de onde seguia para os clientes.