“Não está em cima da mesa qualquer ponto sobre fornecimento de água ao país vizinho, na reunião entre os ministros e secretários de Estado de Portugal e Espanha que vai ocorrer nos próximos dias. Nem a Espanha colocou tal questão”, assegurou, em Beja, a ministra do Ambiente e Energia.
Corpo do artigo
À margem do colóquio “O desafio da água para a agricultura nacional”, que decorreu no âmbito da Ovibeja, Maria da Graça Carvalho falou também sobre os transvases do Alentejo para o Algarve. A ministra garantiu que o Governo não tem "nenhum plano para fazer transvases entre as duas regiões", acrescentando que o que existe “é um estudo para perceber a viabilidade de ter uma barragem num afluente do Guadiana, junto ao Pomarão, que está em fase de estudo de impacto ambiental, para o aproveitamento da água para o Algarve”.
A ministra do Ambiente acrescentou que a situação de falta de água no Algarve “é permanente”, justificando que a primeira preocupação é “a redução de perdas de água e só em último caso serão feitos novos investimentos de raiz”, revelando que a construção da dessalinizadora na região “já tem o concurso aberto e as obras começarão até final do corrente ano para estar concluída em 2026”.
“Estamos em condições de aliviar as medidas decididas para o Algarve, mas não é um alívio para sempre. Vamos fazer uma gestão dinâmica. Foi o que transmiti às autoridades algarvias e as prioridades serão a população, o turismo e a agricultura”, concluiu Graça Carvalho.
Quanto às constantes críticas de Macário Correia, ex-presidente das Câmaras de Tavira e Faro e presidente de uma associação de regantes, que acusa as câmaras de serem os principais culpados de gastos de água, face às perdas das redes de abastecimento público, Graça Carvalho contornou a questão. A ministra referiu que “as perdas no Algarve são de cerca de 30%, é quase a produção da dessalinizadora. Se tivéssemos reduzido as perdas, não teríamos necessidade de fazer um investimento tão avultado”.