<p>A Santa Casa de Misericórdia de Oliveira de Azeméis hipotecou o Hospital S. Miguel como garantia de um empréstimo de um milhão de euros. Querem construir uma nova creche e garantir 31 postos de trabalho. </p>
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Sem outros bens significativos que pudesse apresentar como garantia bancária para contrair o empréstimo, a Misericórdia optou por hipotecar o Hospital S. Miguel, do qual é proprietária. Desta forma o empréstimo de um milhão de euros será balizado e pagas as obras que estão já a decorrer no primeiro piso do Lar de Idosos, local que passará a receber a nova creche e infantário. Esta decisão foi aprovada por unanimidade na assembleia geral da instituição, anteontem à noite.
"Temos um terreno que tentamos apresentar com garantia, mas não foi aceite pelo banco". "Não vale nada para isto", disse o provedor da Misericórdia, Gaspar Domingues, justificando o recurso ao Hospital S. Miguel que se apresenta como uma hipoteca mais apetecível e que garante um encaixe mensal para a instituição na ordem dos 4500 euros mensais, provenientes da renda.
O empréstimo é justificado com a necessidade de transferir as 180 crianças e 31 funcionárias que se encontram actualmente num edifício no centro da cidade, designado de "Palacete" e que é propriedade da Segurança Social.
Gaspar Domingues explicou que há vários anos que este espaço encontra-se em avançado estado de degradação, chovendo no interior, mas que a Segurança Social não atendeu aos vários pedidos de ajuda e se recusou efectuar o necessário investimento para a sua recuperação. "Apenas se fizeram remendos", precisou.
"O director regional de Aveiro da Segurança Social avisou-nos que teriamos de abandonar o Palacete". "Mas nestes tempos de crise não podiamos mandar mais 31 pessoas para o desemprego" disse.
Na reunião na noite de anteontem, houve mesmo quem não hesitasse em acusar a Segurança Social de "insensibilidade" neste caso. O provedor referiu que ao confrontar o responsável regional da Segurança Social sobre o destino dos funcionários e crianças este lhe terá respondido: "O problema é vosso".
"Não era a melhor maneira de resolver este assunto" considerou Gaspar Domingues que decidiu deitar mão à obra e garantir os postos de trabalho que, em consequência do aumento da capacidade que vai ser criada, poderão ainda ser aumentados.
As obras vão custar 600 mil euros, a que se somam as verbas necessárias para mobilar o espaço interior. Tenta-se que a intervenção a decorrer termine no final do mês de Agosto para que seja possível efectuar a transferência das crianças no início do próximo ano lectivo.