Mobilidade é aposta da Câmara do Porto para usar verbas que reforçam o orçamento deste ano
A Câmara do Porto viu o orçamento municipal para 2025 aumentar em 44,4 milhões de euros, sendo que grande parte desta verba será investida na área da mobilidade. A proposta foi aprovada com os votos favoráveis do movimento independente e PSD, a abstenção do PS e os votos contra da CDU e BE.
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O orçamento camarário aprovado para este ano, no valor de 450 milhões de euros, já representava um recorde absoluto, que agora ganha outra dimensão ao ascender aos 494 milhões, devido à incorporação do saldo de gerência. Além do dinheiro destinado à governância da Câmara, que absorve a maior parte desta verba (14,3 milhões), o foco do Executivo prende-se na mobilidade e no investimento na melhoria da rede de transportes públicos, que terá mais 11,7 milhões de euros à disposição. Logo de seguida, a área que beneficiará mais deste aumento é a do ambiente, energia e qualidade de vida, que viu serem alocados mais 6,7 milhões.
"Hoje procedemos à aprovação da incorporação do saldo gerência, inferior ao do ano passado, mas por termos um ano com uma execução da despesa recorde, com cerca de 88%. Estes 494 milhões de euros significam um investimento crescente que tem sido aplicado na área do ambiente, mobilidade e habitação acessível. Além disso, vai permitir-nos realizar despesa e é importante que seja em março, porque temos necessidade de executar este orçamento de grande dimensão. Poder fazê-lo atempadamente permite ter um ano de boa execução", considerou o vice-presidente da Câmara, Filipe Araújo.
O PS, representado por Tiago Barbosa Ribeiro, explicou que a abstenção se deve ao facto de os socialistas ainda acreditarem ser possível "incorporar" algumas das suas medidas "nesta fase de execução".
Relativamente aos votos contra, Ilda Figueiredo, do CDU, defende que o partido não está de acordo com a distribuição das verbas, dando como exemplo o reforço na área da governância da câmara e os reforços nas áreas da habitação e coesão social, que "são diminutos". Além disso, lamenta ainda a "falta de diálogo prévio".
Já Sérgio Aires, pelo Bloco de Esquerda, lamentou também a ausência de diálogo e a incorporação de propostas dos partidos na revisão.
"Conseguimos que o sr. Presidente e vice-presidente ficassem sensibilizados e iremos ter ainda algumas reuniões com o executivo", salientou, notando que a proposta reflete a "visão do executivo" e não do BE, para quem a prioridade deveria estar na habitação, combate à pobreza e coesão social.
Recorde-se que este Executivo é liderado por Rui Moreira que, ao fim de 12 anos, vai cumprir o último mandato enquanto presidente da Câmara Municipal do Porto.