
Carlos Moedas eleito presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa
Foto: Leonardo Negrão/Arquivo
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, considerou, esta quinta-feira, que os diferentes partidos no executivo têm de aceitar o resultado eleitoral, lembrando que foi a oposição a dialogar com o Chega.
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Carlos Moedas reagia à intenção do PS em impugnar judicialmente o novo regimento da CML aprovado na quarta-feira, com os votos da liderança PSD/CDS-PP/IL e do Chega, sob críticas dos partidos de esquerda quanto ao "retrocesso democrático".
"Eu só teria uma palavra em relação a isso. Eu acho que os partidos políticos têm que aceitar a democracia, aceitem o resultado eleitoral que tivemos em Lisboa, aceitem que eu sou o presidente da Câmara de Lisboa e, sobretudo, aceitem aquilo que são os parceiros jurídicos da própria Câmara Municipal, dos seus funcionários, dos juristas", disse Carlos Moedas.
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Na sequência da aprovação da proposta de Regimento da Câmara Municipal de Lisboa, documento que define o funcionamento do órgão executivo do município, a vereação do PS reforçou que representa "um retrocesso grave e um ataque claro ao pluralismo e ao funcionamento democrático do órgão autárquico" e admitiu impugnar judicialmente o novo regimento.
Carlos Moedas lembrou que aquilo que foi apresentado "é a realidade em muitas outras câmaras municipais", frisando ser "um, presidente de consenso" e que as reuniões de câmara "serão sempre isso [de consenso]".
"Eu tive reuniões de 10 horas, de 15 horas e, se eu resisti, continuarei a resistir a toda essa parte formal da política. Mas o meu intuito é, sobretudo, a parte do conteúdo da política, que é estar com as pessoas e, portanto, gostava que as reuniões de câmara fossem mais eficientes, mais eficazes e que não fossem horas e horas e horas", salientou.
Carlos Moedas reconheceu que o PS poderá levar "mais tempo ou não a aceitar" o projeto político que os eleitores escolheram, acrescentando ser "normal também ao princípio que haja este nervosismo", salientando que o que o preocupa é a não aceitação do resultado eleitoral por parte dos socialistas.
"Eu sou presidente há quatro anos, temos mais quatro anos pela frente e sinto sempre do lado do PS que há uma dificuldade muito grande em aceitar isso", afirmou, lembrando que está sempre "de braços abertos para o diálogo" frisando ter pela frente "quatro anos com muitas decisões a tomar e muito importantes".
Diálogo com o Chega
Quanto ao facto de o Regulamento ter sido aprovado com o apoio do Chega, Carlos Moedas disse ter visto tanto o PCP como o Bloco "a dialogar com o Chega", frisando que no começo da reunião quem estava a "tentar, de certa forma até influenciar, o voto desses vereadores não era a coligação, eram os outros partidos que estavam nesse diálogo".
Carlos Moedas reiterou que esse diálogo "é normal" e tem que ser feito em qualquer câmara, respeitando "a democracia e os eleitos da democracia" e que "cada pessoa vota em consciência e cada vereador vota nessa consciência".
Carlos Moedas eleito presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, foi eleito presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, numa lista que também inclui os chefes dos executivos municipais de Vila Franca de Xira e de Palmela como vice-presidentes.
Após a instalação do Conselho Metropolitano de Lisboa, Carlos Moedas (PSD) apresentou a lista única a votação, composta por si e pelos autarcas de Vila Franca de Xira e Palmela, Paulo Ferreira (PS) e Ana Teresa Vicente (CDU), respetivamente.
Na votação, feita através de voto secreto nominal e ponderado, na sede da Área Metropolitana de Lisboa, participaram os 18 municípios que compõem este território. A lista foi aprovada com 16 votos a favor e nenhum voto contra ou nulo. Os novos eleitos desempenharão funções no próximo quadriénio 2025/2029.
O Conselho Metropolitano é o órgão deliberativo da Área Metropolitana de Lisboa, de acordo com o estatuto das entidades intermunicipais.
É constituído pelos presidentes das câmaras municipais dos 18 municípios que integram a área metropolitana (Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira).
