Município lançou desafio ao cozinheiro para promover gastronomia. Prato entrará nas ementas dos restaurantes locais a partir de 21 de janeiro.
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Um prato de bacalhau descomplicado, sem produtos processados, com aspeto regional e de "cozinha de conforto". É assim que o chef Vítor Sobral resume a sua nova criação, o Bacalhau à Monção, que a partir de 21 de janeiro estará nas ementas de, pelo menos, 20 restaurantes daquele município minhoto. Sobral criou o prato a convite da autarquia local, presidida por António Barbosa, para ser estreado numa semana gastronómica de nove dias (21 a 29 de janeiro), e depois continuar a ser servido durante todo o ano. O objetivo é alimentar a "paixão" pelo bacalhau, que em Monção, atrai sobretudo uma legião de apreciadores da Galiza
"Se olharmos para aquilo que tem sido a estratégia do município, olhando para a Galiza como uma oportunidade, nós sabemos que 90% das vezes que os espanhóis se deslocam ao lado de cá tem a ver com o prato, com a mesa e essencialmente com o bacalhau", declarou o presidente da câmara António Barbosa, este domingo na apresentação do "Bacalhau à Monção" no Palácio da Brejoeira.
Explicada que foi a ideia de apostar no bacalhau, numa terra de rio [Minho] e que tem como emblema gastronómico um prato de cordeiro assado no forno (conhecido por "Foda à Monção"), o Vítor Sobral tratou do resto.
"Para quem não é cozinheiro, acha que é muito complicado criar uma receita nova, mas na verdade aquilo que fiz foi, em função das técnicas que domino e dos produtos que tinha disponíveis, ver como é que eles se encaixavam. É como fazer um puzzle", disse o chef, referindo que na sua criação entraram quatro produtos locais: cebola, broa de milho, barriga de porco fumada e vinagre.
Do prato confecionado no forno, destaca-se a batata cortada em gomos grossos. Vítor Sobral garante que a utilização de um bacalhau "de qualidade, quanto mais amarelo-palha melhor", se possível, "demolhado em água fria corrente", será determinante para o sucesso deste à mesa dos restaurantes de Monção.
Aos consumidores, deixou um recado: "Aquilo que se come não pode ser processado, deve ser o mais puro possível. Não me adianta ter uma alimentação diferente e dizer que não como proteína animal e depois andar a comer produtos processados".