
O primeiro-ministro, Luís Montenegro
Foto: Pedro Granadeiro / Arquivo
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quarta-feira, em Baião, um investimento de cerca de 50 milhões de euros em equipamentos de prevenção e combate a incêndios florestais, destacando que o reforço antecipado dos meios "materializa uma opção estratégica de proteção da floresta e do território" para os próximos anos.
O pacote de investimentos envolve máquinas de rasto, tratores, viaturas e outros meios fundamentais para operações de prevenção, ordenamento e gestão florestal. Os equipamentos serão agora entregues a câmaras municipais e comunidades intermunicipais, para uso contínuo ao longo do ano e não apenas em períodos críticos.
Montenegro sublinhou que estes meios, frequentemente lembrados apenas "nas noites de propagação rápida do fogo", são essenciais para travar incêndios e reorganizar o teatro de operações, reforçando que a estratégia passa por "agir antes" e reduzir a dimensão e duração das ocorrências.
Estratégia para alterações climáticas
O primeiro-ministro assinalou que o país enfrenta fenómenos meteorológicos cada vez mais extremos - desde ondas de calor a períodos de chuva intensa - que exigem uma preparação permanente. Defendeu, por isso, uma abordagem articulada entre Governo, autarquias, Proteção Civil, sapadores e demais entidades envolvidas na gestão do território.
Além do investimento em equipamentos, Montenegro recordou medidas recentes de reforço do Programa de Sapadores Florestais, melhorias na gestão do fogo controlado e avanços na rede de faixas de interrupção de combustível, entre outras ações destinadas à prevenção.
Plano Floresta 2050 e "Água que Une"
No plano estrutural, o chefe do Governo reiterou a importância do Plano Floresta 2050, um programa a 25 anos que pretende valorizar e rentabilizar a floresta, e do projeto "Água que Une", focado na gestão e armazenamento de água, considerado um dos pilares estratégicos da agenda transformadora do país.
Segundo Montenegro, ambos os planos assumem dimensão económica e ambiental, contribuindo para criar oportunidades em territórios de baixa densidade, fixar população e promover atividades agrícolas e florestais sustentáveis.
Montenegro reforçou que a eficácia das políticas depende de uma relação "de corresponsabilização e cooperação" entre o Estado Central e o Poder Local, garantindo que continuará a transferir competências acompanhadas dos respetivos meios financeiros.
A sessão contou com a presença da ministra do Ambiente e Energia, do ministro da Agricultura e do Mar, do secretário de Estado das Florestas, de representantes das CCDR, de sapadores, bombeiros e diversas entidades públicas e associativas ligadas à proteção civil e gestão florestal.
Durante a sessão pública, que marcou também a primeira intervenção de Ana Raquel Azevedo após tomar posse como presidente da Câmara Municipal de Baião, Montenegro desejou-lhe "as maiores felicidades" no exercício das funções autárquicas, sublinhando a "entrega, paixão e empenho já demonstrados ao serviço da região".
Apoios atrasados
A autarca de Baião confirmou ao JN que ainda há apoios por liquidar a alguns empresários atingidos pelos incêndios de 2024, garantindo que o município já alertou o Governo e a CCDR-N para o problema e que espera resolver a situação "com bom senso e trabalho".
Segundo a presidente da Câmara, durante a organização do evento que contou com a presença de Luís Montenegro, a autarquia transmitiu às entidades competentes que "ainda faltam liquidar alguns apoios a empresários que perderam material". Azevedo adiantou que será agendada uma reunião nas próximas semanas para discutir o processo e acelerar a entrega das verbas em falta.
"Tudo o resto já foi liquidado. Falta apenas esse conjunto ligado a empresários e penso que iremos arranjar uma solução para entregar os apoios que faltam", afirmou.
Perda do comando regional
Questionada sobre a reforma da Proteção Civil que o Governo tem em curso, e sobre o risco de Baião perder o subcomando regional recentemente instalado no concelho, Ana Raquel Azevedo optou pela prudência.
"Temos que esperar para ver o que vem daí. Não gosto de falar por antecipação", referiu, sublinhando que só após conhecer a proposta final do Governo e da Proteção Civil será possível avaliar o impacto para o território.
A autarca acrescentou acreditar que, caso haja alterações, "serão criadas outras infraestruturas e outros modos de organização", adiantando que o município tomará posição "na altura certa", consoante as decisões que venham a ser anunciadas.
