Um conjunto de quatro casas abandonadas e um matagal na Rua das Arroteias, em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, estão a desesperar os moradores daquela zona, onde também está instalado um infantário. Teme-se a ocorrência de incêndios.
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Já não é a primeira vez que os responsáveis do infantário O Papagaio, na zona da Triana (Gondomar), têm de tomar a iniciativa de pôr uma máquina a desbravar o matagal dos terrenos vizinhos, cujo crescimento desmedido rapidamente invade o campinho onde as crianças jogam à bola.
O mal ultrapassa o estabelecimento. Muitos moradores da Rua das Arroteias desesperam com o abandono de um enfiamento de quatro casas, aparentes refúgios de marginalidade e latentes focos de incêndio.
"Parece que o senhor Valentim não quer saber da Triana", dizem-nos no infantário. Maria de Lurdes Pinto, ali estabelecida há meia dúzia de anos, queixa-se de os alertas feitos para a Câmara de nada servirem, quando, pelo entendimento que tem da lei, o município deveria ter a responsabilidade de limpar os terrenos e as casas devolutas, cobrando depois aos proprietários. Ora, parece que há dificuldade em localizar os proprietários.
As casas estão no estado em que se vêem tantas outras. Abertas, degradadas, a cair, cheias de lixo. "Metem-se ali a fumar; a gente não sabe se é droga", dizem-nos na Rua das Arroteias.
É uma batalha que os moradores insistem em travar.
Outra Maria de Lurdes, ali a viver vai para 40 anos, conheceu as casas fervilhantes de gente. Uns morreram, outros saíram por isto ou por aquilo; uma das casas terá sido vendida, outra é de gente que anda há muito pelos brasis. "Agora é só droga e começamos a ter medo", afirma a moradora.