Cerca de duas dezenas de pessoas estão a protestar, na manhã desta sexta feira, na Câmara da Amadora, contra as demolições em curso no Bairro de Santa Filomena.
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Famílias com crianças menores e ativistas de movimentos cívicos entraram cerca das 10 horas da manhã no edifício dos Paços do Concelho, exigindo ser recebidas por um responsável político que clarifique a situação dos processos de demolição em curso no Bairro de Santa Filomena.
"Há famílias com crianças a quem bateram à porta, quarta-feira, a dizer que até ao final da semana as suas casas serão demolidas. As pessoas não têm alternativa e sujeitam-se a dormir na rua, porque a Câmara não dá solução nenhuma", disse ao JN Rita Silva, da Habita, organização que tem acompanhado os moradores neste processo.
Segundo a mesma, o que os moradores pretendem é que a autarquia suspenda o processo de demolições, que se baseia, segundo afirma, "num recenseamento de 1993, que está obsoleto".
"A Câmara, por causa da crise, não tem dinheiro para arranjar casas, ora também por isso as pessoas não tem condições económicas para encontrarem uma", sublinhou a ativista, garantindo que já há famílias a viverem em carros ou em habitações de família que ficam superlotadas, na sequência de anteriores demolições.
No protesto de hoje, os moradores foram informados que nenhum responsável estaria disponível para os receber, uma vez que não havia nenhuma reunião marcada.
Os ativistas argumentam que desde junho esperam resposta a um pedido de reunião. Em protesto, ocuparam parte do átrio de entrada da Câmara e estão neste momento sentados no chão à espera de serem recebidos. Entre estes contam-se algumas crianças.
O presidente Joaquim Raposo entrou mo edifício cerca das 10.30 horas mas dirigiu-se normalmente ao seu gabinete de trabalho.
A Polícia Municipal está a acompanhar o protesto que se tem desenrolado até agora de forma pacífica.