Desalojados de edifício que explodiu na Amadora dizem que têm de sair até sexta. Câmara desmente.
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Alguns moradores do prédio que explodiu no passado dia 16, na Amadora, dizem que a Segurança Social lhes deu até sexta-feira para saírem da pensão Primavera, na Amadora, onde estão a viver desde o incidente. O edifício onde moravam ficou inabitável e precisa de obras profundas, que ainda não têm data para começar e deverão demorar um ano. Dos 39 desalojados, 11 estão a viver nesta pensão. A Câmara da Amadora diz que "está a trabalhar com a Segurança Social" na procura de casas no parque privado e desmente os moradores.
Carla Macedo e Maria Fernandes, sem casa desde que o prédio onde viviam explodiu na sequência de uma fuga de gás, souberam esta segunda-feira que tinham uma semana para saírem da pensão. "Já não basta o trauma de termos ficado sem casa daquela forma e ainda nos querem correr daqui. As assistentes sociais da Segurança Social disseram-nos que temos de sair e que a responsabilidade de encontrar casa é nossa, mas estamos à procura e as rendas são altíssimas", diz Carla, que vive na pensão com o filho de 21 anos, com incapacidade de 85%.
A desalojada diz que tem sofrido "pressão psicológica diária" e que não tem tido o apoio que esperava das assistentes sociais. "Disseram-me para ligar à família e amigos a pedir ajuda para encontrar casa. O meu filho ficou logo nervoso", conta. Maria sente o mesmo. "Desde o dia da explosão que estou à procura. Ligo para os anunciantes, mas as casas são muito caras. Eu e a minha filha ganhamos o salário mínimo. Senão têm como nos ajudar, ficamos na rua", lamenta.
Maria Fernandes conta ainda que lhe disseram que se continuar na pensão terá de pagar o valor diário do seu quarto, de 60 euros.
Em resposta ao JN, a Câmara da Amadora disse hoje que "a informação de que as famílias têm até sexta-feira para sair é totalmente infundada, até porque ainda se aguarda a regularização dos seguros face ao relatório da Polícia Judiciária". "A Segurança Social tem suportado as diárias da pensão e a Câmara tem disponibilizado acompanhamento social e refeições diárias gratuitas", conclui.
O JN questionou a Segurança Social, mas não obteve resposta.