Cerca de 50 moradores do Bairro de Santa Filomena, que estão contra a demolição de habitações, invadiram, esta quinta-feira, as instalações da Câmara da Amadora, obrigando à intervenção da PSP, que não efetuou detenções.
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Em declarações à Agência Lusa, a mesma fonte indicou que pelas 12 horas a "situação estava controlada".
Duas horas antes, os manifestantes concentraram-se junto às instalações da autarquia e meia centena de pessoas invadiram o edifício para protestar contra as demolições, que deverão ocorrer no final do mês, adiantou a fonte policial.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) informou à Lusa que efetuou o transporte de uma mulher de 30 anos para o hospital Amadora Sintra com ferimentos ligeiros na cabeça.
Alguns manifestantes contaram à Lusa se registou uma agressão a três pessoas pela PSP fora do edifício, mas apenas uma transportada para o hospital.
Relativamente à alegada agressão a três pessoas, a Lusa não conseguiu obter esclarecimentos junto das relações públicas da PSP.
Os manifestantes indicaram ainda à Lusa que a mulher agredida pertence à Plataforma pelo Direito à Habitação e que um outro manifestante apresentou queixa por agressão na polícia.
Um dos moradores do bairro de Santa Filomena, Daniel Lopes Barros, contou à Lusa que os manifestantes entraram na câmara e conseguiram entregar a carta que tinham para o presidente do município, Joaquim Raposo.
O mesmo morador indicou que esta pretendia ser uma "manifestação pacífica para tentar negociar com a vereadora", que na quarta-feira recebeu uma delegação do bairro e que terá referido na reunião que quem não tiver direito ao realojamento "deve regressar à terra de onde veio e que a câmara paga".
Magda Alves, da Plataforma pelo Direito à Habitação, afirmou também à Lusa que "centenas de pessoas, mais de metade são desempregados, receberam cartas de despejo com datas de 15 de junho e 05 de julho".
Junto à câmara, os manifestantes empunhavam cartazes onde se pode ler: "quem não tem casa não tem nada" e "não queremos esmola da câmara, mas sim solução".
Contactada pela Lusa, a Câmara escusou-se a prestar declarações.
Um comunicado da Plataforma do Direito à Habitação e dos moradores do bairro de Santa Filomena indica que os habitantes se recusam a ser tratados como "lixo" pela autarquia.
"Várias dezenas de nós, moradores e moradoras do bairro de Santa Filomena - Amadora temos estado a receber notificações camarárias informando-nos que as casas onde habitamos vão ser demolidas brevemente", lê-se no texto.
Caso avancem as demolições, os moradores garantem que vão ser forçados a "viver na rua".