Morreu, esta segunda-feira, aos 88 anos José de Azevedo. Escritor, ex-presidente da Câmara da Póvoa e um dos "pais" das festas de S. Pedro, José de Azevedo foi, durante quase 40 anos, correspondente do Jornal de Notícias nos concelhos de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.
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"Era poveiro de coração [nascido na vizinha Vila do Conde], mas um poveiro total, com um grande amor à Póvoa", afirmou, ao JN, o vereador da Cultura. Luís Diamantino diz que perdeu "um grande amigo", a Póvoa uma "grande referência" e um homem que dedicou grande parte da sua vida à divulgação dos usos, costumes, tradições e personalidades poveiras.
Foi, durante 46 anos, chefe da secretaria das capitanias dos portos de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim e, em 2018, foi agraciado pela Marinha Portuguesa com a Medalha da Cruz Naval 1.ª Classe pela "elevada competência, extraordinário empenho e relevantes qualidades pessoais".
Presidiu à Câmara da Póvoa entre 1978 e 1980, em substituição de Manuel Tenreiro Carneiro que renunciou ao mandato um ano depois de ter sido eleito. Escreveu em vários jornais locais e nacionais e, em 1995, a autarquia atribuiu-lhe a Medalha de Cidadão Poveiro. Em junho de 2019, a Câmara decidiu dar o seu nome à remodelação do mercado municipal, já que era ele o presidente quando foi decidida a construção do mercado.
Apaixonado pelos usos e costumes poveiros da uma muito humilde classe piscatória, José de Azevedo dedicou a vida a divulgá-los, fosse através da escrita nos jornais ou dos muitos livros que escreveu: "Trouxe-nos uma outra "Epopeia dos Humildes" [o histórico livro de Santos Graça]. Em cada livro seu descobríamos várias personagens que construíram a Póvoa com amor, com sofrimento, mas também com muita alegria e com muito orgulho". A Câmara já decretou três dias de luto municipal, destacando "os altíssimos serviços prestados a esta cidade e seu concelho" por José de Azevedo.
O funeral realiza-se, na terça-feira, a partir das 14 horas, na Igreja Matriz da Póvoa de Varzim.