<p>Foi o primeiro rosto das investigações dos casos Joana e Madeleine McCann, as meninas desaparecidas no Algarve. Guilhermino Ferreira da Encarnação, ex-director da Directoria do Sul da Polícia Judiciária, morreu ontem, quarta-feira, aos 61 anos vítima de doença prolongada.</p>
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Um cancro no pâncreas afastou-o da PJ em 2008. Natural de S. Nicolau, Santarém, vai hoje, às 15.30 horas, a enterrar no cemitério da Galiza, no Estoril, concelho onde morava. Meia hora antes realiza-se a missa de corpo presente na igreja de Santo António.
Sobre o homem que dedicou mais de metade da sua vida - 37 anos - à instituição, o actual director nacional, Almeida Rodrigues, diz ter sido "um excelente investigador com uma intuição rara e que contribuiu em muito para o prestígio da PJ". A tudo isto, acrescenta, aliava "qualidades humanas" e "uma grande gentileza de trato que a todos deixa saudades".
Guilhermino da Encarnação tinha um filho de um anterior casamento e uma filha do actual, que herdou do pai a paixão pela Justiça. É magistrada do Ministério Público. Também o irmão do ex-director, José Ferreira, fez carreira na PJ.
Licenciado em Direito, Guilhermino ingressa na PJ em 1973. A ligação ao Algarve começa em 1991, altura em que exerce o cargo de responsável da então Inspecção de Faro (actualmente designada por Directoria). Sete anos depois, regressa a Lisboa para leccionar no Instituto Superior de Polícia Judiciária. Em 2002 volta novamente a Faro como adjunto do então director, José Abrantes. O cargo principal é-lhe oferecido a 1 de Setembro de 2004, onze dias antes do desaparecimento de Joana, na Figueira, em Portimão. Nesse mesmo ano, é agraciado com um louvor colectivo por "profissionalismo" e "competência profissional" revelados no caso da corrupção na Brigada de Trânsito de Albufeira.