Milhares de pessoas, entre funcionários, amigos, familiares e anónimos, despedem-se do fundador da empresa Delta, em Campo Maior. "Nasceu mais uma flor das festas do povo".
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A igreja matriz de Campo Maior abriu portas ao meio-dia para o último adeus a Rui Nabeiro, o empresário alentejano que morreu no domingo. Uma hora e meia antes da chegada do corpo, mais de duas mil pessoas enchiam as ruas adjacentes à igreja, à espera da hora de prestar homenagem ao fundador da empresa Delta Cafés, que emprega mais de três mil pessoas.
"Morreu o Sr. Rui e nasceu mais uma flor para as festas do povo", dizia uma mulher na fila, enquanto esperava pela abertura da igreja. Uma alusão à multidão que aguardava a abertura da igreja para se despedir de Rui Nabeiro, numa concentração de pessoas só comparada à que é vista nos dias mais concorridos das festas de Campo Maior, o momento alto da cidade.
Entre as duas a três mil pessoas que enchiam as ruas de acesso à igreja matriz de Campo Maior, a maioria trabalha para a Delta, empresa fundada por Rui Nabeiro. O corpo do empresário, que morreu no domingo, em Lisboa, vítima de insuficiência respiratória, viajou hoje para Campo Maior e foi recebido por centenas de pessoas numa rotunda à entrada da cidade.
Mal o carro funerário entrou na rotunda ouviram-se as palmas da multidão. Com muitas das pessoas vestidas de preto em sinal de luto "Obrigado, Sr. Rui". O cartaz, visto na rotunda, estava espalhado um pouco por toda a cidade, desde as fábricas do grupo Delta, às ruas da cidade de Campo Maior.
Uma multidão de funcionários da Novadelta ovacionou a chegada do cortejo fúnebre do empresário àquela unidade fabril, em Campo Maior (Portalegre), durante 13 minutos. Os trabalhadores receberam, alinhados e com a farda de trabalho, o corpo do empresário, que passou por todo o império Delta antes de rumar à igreja matriz, para a homenagem do povo a quem tão bem serviu Rui Nabeiro.