A população que reside perto da ponte do Brás Oleiro, na Rua D. Afonso Henriques, em Águas Santas, na Maia, teme que aconteça um acidente, uma vez que vários motociclistas estão a usar a passagem dos peões. A ponte está cortada para obras, mas os moradores dizem que não se vê ninguém na empreitada. Câmara da Maia explica que trabalhos estão a ser feitos durante a noite .
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"Eu não acho isto normal". Foram estas as palavras de Luísa Santos quando viu uma mota a entrar na estreita passagem da ponte do Brás Oleiro, na Rua D. Afonso Henriques, em Águas Santas, na Maia, por onde passam os peões por causa dos trabalhos de reparação da travessia e que cortaram a referida artéria.
Ao contrário de Luísa, apanhada de surpresa, os moradores da zona já se habituaram a ver motociclos a usar a passagem dos peões todos os dias. "Para nós já é difícil atravessar , porque o passeio é muito estreito. Depois, vemos motas e bicicletas a meterem-se por ali e nós é que somos obrigados a ceder-lhes a passagem", explicou Luísa Carvalho.
"Se não usassem esta passagem, [os motociclistas] eram obrigados a ir pelos desvios. Perdiam mais tempo e gastavam mais combustível. Mas as regras são para todos, deviam dar a volta como os carros", referiu Odete Gonçalves. A moradora diz que tem de ser feita alguma coisa, "antes que aconteça um acidente".
O transtorno causado pelas obras, onde os moradores dizem não ver ninguém a trabalhar, vai para além da travessia dos peões. Com a Rua D. Afonso Henriques cortada ao trânsito, os carros têm de ir por vias alternativas, "cheias de buracos e mal sinalizadas", disse Cristina Pinto. Diariamente há pessoas que, quando se deparam com o sinal de interdição, não sabem para onde ir. "Não há placas que informem devidamente. Temos de indicar às pessoas a volta que têm de fazer", acrescentou a moradora.
Paragens da STCP
A suspensão das duas paragens da STCP é outra dor de cabeça, obrigando a caminhar 10 minutos até às alternativas. "Não percebo por que motivo os autocarros não vêm até à ponte e depois viram para os trajetos de desvio, sabendo que os camiões do lixo o fazem", assinalou Cristina Pinto.
Quem por ali passa diz que "não vê uma alma a trabalhar na ponte durante o dia". Luísa Carvalho afirma que a situação se arrasta desde dezembro.
"Parece que agora andam a trabalhar à noite", referiu Odete Gonçalves, que tem ouvido a maquinaria durante a madrugada. "Eram quase seis da manhã. Mas até pensei que era na linha do comboio", acrescentou.
Segundo a Câmara da Maia, a obra está a cumprir os prazos e tem avançado à noite, "entre as 3 horas da madrugada e as 8 horas da manhã, devido à necessidade de compatibilizar o andamento dos trabalhos com o horário da linha férrea e para salvaguarda da catenária eletrificada".
A Autarquia garante que, apesar do mau tempo que se tem feito sentir, as previsões se mantêm e que a empreitada deve ficar pronta até março.
A Câmara da Maia explicou que esta semana foi dado mais "um importante passo", com a colocação dos cimbres "que vão permitir a betonagem dos dois novos maciços de encabeçamento da ponte". Quando esta operação ficar concluída, será possível avançar com "a demolição de metade do tabuleiro existente, do lado de Ermesinde (nascente)".