O motorista do autocarro cujo despiste, quarta-feira, na A22, provocou três mortos e 31 feridos está na empresa desde 1990 e não tinha registo de acidentes, até ao momento, disse o administrador da EVA Transportes.
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Segundo Carlos Osório Gomes, administrador da empresa que detém a Frota Azul Algarve, a empresa vai abrir um processo interno para averiguar as causas do acidente e aguardar pela conclusão do inquérito desencadeado pelas autoridades.
Em declarações aos jornalistas, aquele responsável acrescentou que a empresa ainda não conseguiu falar com o motorista, de 53 anos, que esteve a ser assistido durante a noite, e que vai aguardar que o seu estado de saúde seja avaliado, ao nível médico e psicológico, para tomar uma decisão.
Carlos Osório Gomes falava à margem de uma conferência de imprensa realizada na Câmara de Albufeira, após um "briefing" que reuniu o embaixador da Holanda em Portugal e responsáveis regionais da Saúde, Turismo e Proteção Civil.
Na ocasião, o embaixador holandês, Govert de Vroe, aproveitou para agradecer às autoridades e forças de socorro a organização e profissionalismo com que a operação foi dirigida.
O diplomata afirmou ainda que as autoridades holandesas vão aguardar pelos resultados do inquérito ao acidente desencadeado pelas autoridades portuguesas, mas manifestou a sua disponibilidade para participar nas investigações.
Seis das 31 pessoas que receberam assistência médica durante a noite mantêm-se internadas nos hospitais da região, mas apenas uma mulher de 64 anos, internada em Faro, se encontra em estado crítico, apresentando prognóstico muito reservado.
Os turistas voaram do aeroporto de Schippol, em Amesterdão, na companhia Arke Fly, para Faro, onde aterraram às 21:14.
Seguiam num "transfer" para vários hotéis da região quando se deu o acidente, junto ao nó de Paderne da Via do Infante (A22).
De acordo com informações prestadas à Lusa por fonte da Euroscut, concessionária da A22, é elaborado anualmente um relatório de sinistralidade auditado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
Segundo a concessionária, com base em informação de 2014, "não há qualquer ponto negro na A22, nem qualquer local de anormal acumulação de acidentes", não havendo registo, no local em causa, "de qualquer sinistralidade anormal".
Há um mês e meio, um motorista de outro autocarro da Frota Azul morreu após colidir com uma habitação, na Estrada Nacional 125, na zona da Guia, acidente que provocou oito feridos.