Três anos depois, milhares de pessoas encheram, esta quarta-feira à noite, os arruamentos entre a igreja de S.Victor e o centro histórico de Braga, para ver o cortejo "Vós Sereis o Meu o Povo". A burra "Rainha" e o seu guia, Clemente Alves, a encarnar S.José há 25 anos, foram as figuras mais esperadas da noite pelos visitantes.
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"Esta procissão é a mais engraçadinha. Basta ter uma burrinha", dizia Emília Pereira, momentos antes do cortejo arrancar, pelas 21.30 horas. "É uma procissão bonita", completava a amiga, Manuela Souto, que não costuma perder as celebrações da Semana Santa.
Maria da Luz, parada em frente à junta de freguesia, também "estava à espera da burrinha". "É o ponto alto desta procissão", defende a bracarense, confessando, contudo, que o Enterro do Senhor, que se assinala depois de amanhã, é a celebração "que mais gosta". "Tem muito significado. Mas, agora, não há tanto respeito por parte das pessoas. Deviam fazer mais silêncio", critica.
Além das "saudades", depois de um interregno de três anos, houve quem também saísse à rua pelo bom tempo. Foi o caso de Olga Oliveira que, apesar de morar em S.Victor, "há cerca de 15 anos" que não espreitava o cortejo.
"Depois de tanto tempo fechados em casa, temos que respirar", atirou Emília Pereira, de sorriso rasgado.
Ao todo, a procissão da burrinha integrou 24 quadros bíblicos, representados por mais de 600 figurantes. "Para organizar isto tudo dá muito trabalho", observava a bracarense, ao mesmo tempo que se regozijava com a participação de dezenas de crianças.
Apesar de uma aparente normalidade, com uma multidão a encher o centro da cidade, a pandemia, ainda, se notou nas ruas, com muitos visitantes e figurantes a optarem pelo uso de máscara.
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