A eventual instalação de uma multinacional na unidade da Delphi em Ponte de Sor, que ontem encerrou oficialmente, está a ser objecto de negociações, cuja evolução o Governo acompanha, num processo rodeado de secretismo.
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"O ministério está a acompanhar o processo, mas não faz comentários enquanto decorrem as negociações", confirmou, em declarações à agência Lusa, fonte oficial do Ministério da Economia. Em declarações à TSF, o presidente da Câmara local, Taveira Pinto, disse ontem esperar que uma multinacional se instale "em breve" no concelho, sem adiantar quaisquer pormenores.
Em Abril do ano passado, o Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás (Sinquifa) revelou, após reunião com o chefe do gabinete do primeiro-ministro, que a multinacional norte-americana Tenneco estaria interessada em adquirir a fábrica da Delphi na cidade alentejana. Na altura, o sindicalista garantiu que o chefe do gabinete de José Sócrates confirmou o interesse da multinacional.
Concretizado o encerramento, a unidade fabril da Delphi mantêm apenas três a quatro trabalhadores, encarregados de "guardar" o património da empresa nos próximos tempos, segundo disse à Lusa José Simões, secretário-geral do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA). De acordo com o sindicalista, os 430 trabalhadores, que enfrentam agora o desemprego, já receberam as respectivas indemnizações.
Aquando do anúncio da decisão de encerramento da fábrica, entidades sindicais e administração acordaram um valor de 2,3 salários por cada ano de trabalho, em termos de indemnização pelo desemprego forçado.
A Delphi, instalada em Ponte de Sor há 29 anos, era considerada a maior unidade fabril do distrito de Portalegre, empregando 2,5% da população de um concelho onde o sector industrial tem pouca expressão. A empresa produzia apoios, volantes e "airbags" para vários modelos de veículos automóveis.
De acordo com declarações de fonte da empresa, proferidas na altura em que foi anunciado, o encerramento da unidade ficou a dever-se ao facto de os produtos fabricados terem deixado de ser estratégicos.