O custo da água vai baixar para os consumidores dos sete municípios que aderiram à nova empresa Águas do Alto Minho (AdAM), em atividade desde janeiro deste ano.
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Em comunicado conjunto divulgado este sábado, os autarcas dos concelhos acionistas (Viana do Castelo, Arcos de Valdevez, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Caminha, Valença e Vila Nova de Cerveira) anunciaram um "desagravamento" do custo da água para o consumidor, que será refletido já na próxima fatura.
Lamentaram "os sucessivos erros de faturação" que a nova empresa cometeu, provocando o que consideram ser "uma perda de confiança generalizada, sem precedentes, nos sistemas de abastecimento e faturação de água". Recorde-se que das primeiras faturas emitidas pela AdAM, após o seu início de atividade, cerca de 15 mil saíram com anomalias. Num dos casos, um cliente de Vila Praia de Âncora recebeu uma de mais de 50 mil euros.
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O descontentamento da população fez-se sentir através de uma petição online a pedir o fim da empresa, que já ultrapassou as oito mil assinaturas. Nas redes sociais multiplicaram-se as críticas aos erros e aos valores das faturas recebidas pelos consumidores. E a loja da AdAM em Caminha foi vandalizada com insultos escritos a vermelho.
"Uma vez que a confiança dos consumidores foi o principal ativo conquistado pelos Municípios na gestão da água ao longo dos últimos 50 anos e, após dois ciclos de faturação desastrosos, era imprescindível que aquela fosse reconquistada", escrevem este sábado os sete municípios, referindo que "exigiram uma solução urgente para a situação anómala gerada com o início de faturação da empresa e agravada pela situação de emergência sanitária que se vive".
Uma solução que apresentam agora como sendo "a implementação imediata de uma solução que desagrava o custo total imputado aos consumidores enquadrados num perfil de consumo inferior a 20m3, com incidência nos tarifários dos municípios que tiveram um maior ajustamento, num primeiro momento enquadrado no âmbito das medidas de apoio à covid-19 e que se refletirá já na próxima fatura a emitir".
Finalmente, os autarcas tornam pública, no mesmo comunicado, a sua "censura" ao que descrevem como sendo "o soez aproveitamento político - que não se circunscreve a um movimento, partido ou ideologia, mas assenta na mais pura demagogia e falta de formação democrática - num quadro de anormalidade que a todos exigia tolerância e solidariedade".