Estação Arqueológica no Marco tem desde ontem uma peça musical que pode ajudar a atrair visitantes
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A configuração do casario da época da ocupação romana no nosso país inspirou José Tiago Baptista, compositor, e Manuel Brásio, diretor artístico, a fazerem a "História de Quadrados e Círculos", uma peça musical que foi "exibida" este sábado pela primeira vez na Estação Arqueológica do Freixo (cidade romana de Tongobriga), no Marco de Canaveses.
À estreia da peça, no âmbito da iniciativa Sons de Bolso, promovida pela Interferência - Associação de Intervenção na Prática Artística, compareceram familiares e amigos dos artistas e a diretora da Estação Arqueológica do Freixo (EAF) que, de auscultadores nos ouvidos, escutaram a obra que remete para a configuração das casas de Tongobriga, que estão a ser desenterradas pelos arqueólogos desde meados da década de 80 do século passado.
Naquele santuário do Império Romano, umas casas são redondas, as dos romanos, outras são quadradas, as pré-romanas. "Havia muito por onde pegar, eu decidi olhar pela parte de cima da Estação Arqueológica que era uma zona de moradias", explica Tiago.
A ideia de círculos e quadrados na música, que o próprio compositor admite ser "muito subjetiva", está relacionada com a multiculturalidade sempre presente e que temos que lidar com ela da melhor forma e vê-la como algo positivo e progressista", justifica.
Para dar ouvidos à "História de Círculos e Quadrados", o espetador, uma vez na EAF, tem de ter um telemóvel com internet e acesso ao leitor QR Code. A placa do código de acesso à música localiza-se num dos degraus da escadaria do Museu de Tongobriga. Depois, e a conselho do compositor, deve-se usar auscultadores para ouvir a música. De preferência em passeio pelas ruínas romanas. A oferta musical mantém-se "para sempre", e é vista pela diretora da Área Arqueológica, Ana Mascarenhas, como uma mais valia para a promoção turística do lugar.