Tomás Barradas relembra a primeira interação que teve com orcas, que pareciam querer "comer o leme".
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No final de agosto, o veleiro Sail La Vie, de Lisboa, foi alvo de uma interação por um grupo de orcas quando passava ao largo da Zambujeira do Mar. O velejador Tomás Barradas, de Oeiras, conseguiu repelir o grupo de animais ao colocar a marcha à ré. Após a interação, seguiu rumo a Sesimbra com o leme danificado, mas sem necessidade de reboque pela Polícia Marítima. O custo de reparação rondou os 5000 euros e o velejador refere que começou a tomar precauções perante os avistamentos.
"Não vou mudar nada nos destinos de vela, vou continuar a ir para o Algarve, ou Rias Baixas, mas vou tentar saber onde há ataques e evitar passar nas zonas durante alguns dias", assegura.
Tomás Barradas refere que começou a navegar junto à costa, a uma profundidade inferior a 30 metros, onde as orcas não são avistadas. "Gasto mais gasóleo e a viagem é mais longa, mas não as encontro", afirma, convicto.
No dia do ataque, seguia de Lagos rumo a Sesimbra sozinho quando avistou as orcas. "Senti um movimento no leme. Eram umas cinco e danificaram o leme. Vi logo os pedaços de esferovite no mar", descreve. O velejador ligou o motor da embarcação, recolheu a vela e colocou-a em marcha à ré.
"Foi stressante"
"Quando efetuei a manobra, elas perderam o interesse, mas regressaram mais duas vezes, andei algum tempo às voltas de marcha à ré até que o grupo desapareceu", afirma o velejador de 41 anos.
"Não sei se foi um ataque, mas as orcas pareciam bem objetivas em comer o leme". Foi a primeira vez que Tomás Barradas teve um encontro com orcas. "Foi stressante e não é fácil manter a cabeça fria perante estes encontros".