Incêndio no "Greta K" deflagrou na casa das máquinas. Doze dos 19 tripulantes retirados
Doze dos 19 tripulantes do navio-tanque Greta K, que hoje se incendiou ao largo do Porto, já foram retirados, estando, pelas 19.04 horas, a embarcação a ser rebocada para longe da costa, anunciou em comunicado a Marinha Portuguesa.
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Na nota de imprensa, a Marinha assinala que o alerta foi dado cerca das 15.30 horas para o "Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa, da Marinha" para um "incêndio no navio-tanque Greta K, com bandeira de Malta, que se encontrava a navegar a cerca de uma milha e meia de costa, cerca de três quilómetros, junto à praia dos Ingleses, na Foz do Douro, com 19 pessoas a bordo, todas de nacionalidade filipina".
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A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), que tinha a bordo um piloto de barra no apoio ao navio que se dirigia para Leixões, conseguiu rapidamente colocar no local três navios-rebocadores a ajudar no combate ao incêndio. Também o Capitão do Porto do Douro e de Leixões empenhou duas embarcações da Estação Salva-vidas de Leixões, acrescenta a nota de imprensa. "O incêndio continua ativo e 12 dos tripulantes foram resgatados por embarcações das Estações Salva-vidas de Leixões, da Póvoa de Varzim e do Comando-local da Polícia Marítima de Leixões. Os outros sete tripulantes mantiveram-se a bordo", assinala a Marinha. O navio, que tem "a bordo gasóleo e combustível destinado a aviões (jet fuel) e não tem crude", está a ser "rebocado para uma zona afastada de costa", informa o comunicado.
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O investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto Bordalo e Sá adiantou à Lusa que o incêndio dno navio ao largo do Porto, que disse transportar combustível refinado, deflagrou na casa das máquinas. O navio Greta K transporta "combustível refinado", "exatamente diesel, gasóleo" e gasolina para aviões, declarou o hidrobiólogo e investigador do ICBAS, Adriano Bordalo e Sá.
Segundo o especialista, o incêndio deflagrou na parte de trás do barco. "O incêndio deflagrou na parte de trás do barco, ou seja, na ré, onde está a casa das máquinas. Tudo indica que efetivamente o incêndio deflagrou na casa das máquinas, sem atingir os tanques de combustível".
Em declarações à Lusa, na Avenida Brasil, na marginal do Porto, um casal de espanhóis de visita à cidade referiu ter visto chamas na embarcação desde as 14 horas. Pelas 17 horas, era ainda visível um fumo negro a sair do navio, estando o incêndio a ser combatido com água, projetada por pelo menos duas outras embarcações.
Entretanto, a Marinha está a reforçar o material e as equipas de combate à poluição para a eventualidade de algum foco de poluição, enquanto o Instituto Hidrográfico, da Marinha, também se encontra a acompanhar a situação para a eventual necessidade de cálculo da deriva, em caso de foco de poluição, acrescenta o comunicado.
O comunicado não revela a existência de feridos.