Incêndio aconteceu na tarde desta terça-feira, ao largo da Foz do Douro, no Porto. O navio-tanque, proveniente de Sines, transportava combustível. Os populares foram alertados pelo fumo. Parte da tripulação foi retirada por barcos salva-vidas e não houve indícios de um derrame.
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Foi o intenso fumo negro que alertou quem passava na Foz do Douro, no Porto, esta tarde. Na realidade, o "Greta K", um navio-tanque que transportava combustível refinado, estava a arder. Tinha saído ontem de Sines e dirigia-se para o Porto de Leixões, mas o fogo a bordo obrigou a que esse percurso não fosse concluído. O investigador Adriano Bordalo e Sá antecipa que o risco de derrame é "muito limitado".
Cerca das 16 horas, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) já tinha junto à embarcação três navios-rebocadores, que combatiam as chamas através da projeção de água. Pouco depois, a Capitania do Porto do Douro e de Leixões mobilizou também dois barcos salva-vidas que, ao final da tarde, retiraram parte da tripulação.
Sem registo de feridos
A bordo estavam 19 tripulantes, todos de nacionalidade filipina. Não há registo de feridos. Pouco depois das 18 horas, 12 deles chegaram à marina de Leça, em Matosinhos, após terem sido resgatados. Segundo a Marinha, "os outros sete mantiveram-se a bordo".
Ao JN, a APDL adiantou que "os sete tripulantes foram escolhidos pelo comandante para permanecer no navio e ajudar nas manobras".
O "Greta K" navegava sob a bandeira de Malta e serve para o transporte de combustíveis e de matérias químicas.
Chegou a estar a milha e meia da costa, contudo foi rebocado para uma zona afastada, de acordo com o comunicado da Autoridade Marítima Nacional.
Segundo o investigador Adriano Bordalo e Sá, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, as chamas surgiram na casa das máquinas. "O incêndio deflagrou na parte de trás do barco, onde está a casa das máquinas, sem atingir os tanques de combustível", declarou à Lusa. O especialista acrescentou que "o navio transportava combustível para aviões (jet fuel) e não tem crude".
Até agora, as operações marítimas estavam em fase de rescaldo, prevendo-se que o "Greta K" entre no Porto de Leixões durante a manhã desta quarta-feira.
Impacto ambiental
Sobre um possível derrame, o especialista Adriano Bordalo e Sá afirmou que, a ter acontecido, "foi muito limitado". O investigador mostrou-se confiante: "Se houve derrame foi muito limitado e ainda não é visível. Em princípio, não haverá". Quanto ao cheiro a combustível sentido perto da Praia dos Ingleses, explicou que pode ter sido causado pelo incêndio. Assinalou, ainda, que os jatos de água para apagar o fogo "incidiram sobre a casa das máquinas, mas também sobre as tampas dos depósitos para arrefecer".