Negado recurso a professor da Póvoa de Varzim que publica vídeos obscenos
A secretária de Estado da Educação, Inês Ramires, indeferiu o recurso ao professor da Escola Secundária Eça de Queirós (ESEQ), na Póvoa de Varzim, que publica vídeos obscenos no Youtube.
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Manuel Ribeiro vai mesmo ficar suspenso "até à conclusão do processo disciplinar ou até ao final do ano letivo". O Ministério entende que a sua presença "destabilizaria" a escola e podia até "prejudicar a descoberta da verdade". O docente insiste que são tudo "mentiras e calúnias" de uma "associação criminosa de malfeitores".
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"A presença do aqui recorrente continua a revelar-se inconveniente para o serviço, uma vez que, pela sensibilidade e gravidade das infrações, a sua permanência em funções perturbaria e destabilizaria a comunidade escolar, em especial os alunos, podendo ainda mostrar-se prejudicial para a descoberta da verdade, pelo eventual condicionamento dos alunos [testemunhas no processo]", afirma o documento a que o JN teve acesso.
"Documentos totalmente construídos e totalmente falsificados, com base construções subjetivas e fictícias e em mentiras e calúnias de pessoas amigas e com interesses pessoais e de grupo, que estão a abusar do poder, a caluniar-me, a difamar-me e a agirem como uma associação criminosa de malfeitores", afirma o docente, num e-mail enviado ao JN, lamentando que se esteja a desrespeitar a sua "liberdade de expressão".
Manuel Ribeiro foi suspenso a 23 de setembro de 2021. Alunos e pais dizem que tentou mostrar vídeos do seu canal do Youtube na sala de aula, onde aparece a dizer frases de cariz sexual, nu e em cuecas e, por várias vezes, retirou a máscara na sala, "demonstrando uma atitude negacionista". O diretor da ESEQ instaurou-lhe um processo disciplinar e, no dia seguinte, o Ministério suspendeu-lhe preventivamente as funções por 90 dias e abriu uma investigação.
Em dezembro, ainda sem conclusões da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), a suspensão foi prorrogada. Manuel Ribeiro recorreu. Agora, a secretária de Estado negou-lhe provimento ao recurso. O docente tinha já outros dois processos disciplinares instaurados, entre 2018 e 2020, por escolas da Maia e da Póvoa.