Urjalândia arrancou de forma tímida em Amares. Moradores mantêm casas abertas até domingo
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Após dois anos de pandemia, o mau tempo que se faz sentir este fim-de-semana não assusta os cerca de 20 moradores da aldeia de Urjal, na freguesia de Seramil, em Amares. Na noite de ontem, sexta-feira, dia em que se voltaram a abrir as portas da Urjalândia, Rosa Rodrigues não saiu de volta do forno a lenha e da cozinha, nem os familiares deixaram de montar as mesas em casa, onde até ao final do dia de amanhã, domingo, se vão servir petiscos e outras iguarias regionais, desde pica no chão ao caldo verde. "Mesmo com chuva, as pessoas hão-de vir na mesma", antevia ontem Rosa.
O arranque começou tímido, com as ruas quase vazias, mas na garagem de Rosa e José Rodrigues as mesas estavam cheias, com os presidentes das juntas do concelho e o presidente da Câmara, Manuel Moreira, a marcar a inauguração com um arroz de feijão e javali à mesa. No forno, pelas 21.30 horas, ainda, saíam broas preparadas com farinha moída no moinho da aldeia. "Têm um sabor muito diferente das que se compram na pastelaria", atestou Rosa, auxiliada na cozinha pela cunhada, Lurdes Rodrigues, que, por estes dias, deixa a cidade de Braga para ajudar a família a erguer a Urjalândia.
Réplicas de dinossauros
Ontem à noite, quem subiu àquela aldeia encaixada entre a serra de Santa Isabel e o monte da Abadia, fê-lo, sobretudo, para evitar a chuva do fim de semana, mas também arrastados pelos filhos que queriam ver a exposição "Jurassic Park". As réplicas dos dinossauros, envoltas num jogo de sons e luzes, foi a grande atração para os mais pequenos, mesmo que tenham percebido que "são mentira", como afirmou Daniela, de quatro anos, assim que chegou com a mãe Marina Silva e a tia Bárbara.
Antes, já Marlene Mota e Sérgio Costa tinham percorrido o circuito com os filhos Inês e Dinis, este último o mais entusiasta com os dinossauros. "Somos de Amares, mas nunca tínhamos vindo a esta aldeia. Tem um ambiente giro", referiu Marlene.
"É pequenina, faz lembrar as aldeias antigas, mas é interessante", acrescentou Susana Silva, outra visitante que marcou a inauguração do "Jurassic Park", na presença do marido, Vítor Costa, e do filho, Miguel. "É importante a iniciativa para atrair pessoas da freguesia e das zonas envolventes para estes locais. O turismo é importante para desenvolver a economia", sublinhou a amarense.
Fernanda Miranda não tem dúvidas, "quem tiver vontade, vem na mesma". "Em Braga também fizeram o presépio de Priscos com chuva", reforça a moradora da aldeia.
Amanhã, domingo, o evento ainda conta com um desfile de reis cavaleiros, folclore, concertinas e o maior bolo-rei de laranja. As tascas, nas casas dos moradores, e o mercado de produtos locais deverão estar abertos até às 17 horas. A exposição de dinossauros encerra apenas às 23 horas.