No Restaurante Convívio de Luís Morgado, em Carrazeda de Ansiães, sempre se leu o "Jornal de Notícias", bem como os seus suplementos e revistas.
Corpo do artigo
"Há 30 anos, mais ou menos. Sempre tive o JN aqui. E mesmo quando vou para fora é o jornal que procuro", confessa. "Ainda cheguei a ter um desportivo, mas depois deixei de o comprar, porque no JN tenho tudo o que é essencial e é muito completo", acrescenta.
De há uns anos para cá, exibe com orgulho no balcão uma primeira página em que a manchete destaca o serviço do restaurante e a fotografia principal mostra a sua equipa. "Isto foi um presente por termos assinado o JN". A primeira página é a oficial, a do número que então foi publicado, apenas o que respeita ao Restaurante Convívio foi ali encaixado para servir o propósito comercial.
Apesar disso, confessa Luís Morgado, "foram muitas as pessoas que, nos primeiros tempos, ficaram de boca aberta". Diziam-lhe: "Ó Luís, saíste na capa do JN!? Que bom! Alguns até pensavam que era mais uma aldrabice a moda do Luís (risos)". O espanto "durou muito tempo". E ele fez de propósito, pois a primeira página encaixilhada salta logo à vista de quem entre no restaurante.
O gerente do Convívio garante que ainda há "muita gente" que ali vai ler o jornal, outros "espreitam antes de almoçar ou jantar" e ele mesmo não começa a trabalhar se ver as gordas. "Depois leio o que me interessa mais tarde, quando tenho uma folgazinha". A revista Evasões também é muito procurada ali.
O restaurante encerra ao domingo e a assinatura não contempla este dia, mas Luís Morgado está tão habituado ao JN que o vai comprar à papelaria para o ler em casa. "Começo sempre pela última página, vou passando pelo Desporto e continuo até ao início para ver as gordas. Quando é para ler a sério começo pelo início", confessa.
Neste dia em que o JN comemora 134 anos de existência, Luís Morgado deseja-lhe uma "longa vida" e que continue a "dar prioridade às notícias das regiões".