Obra começa este ano, em Verín, perto de Chaves. Espera-se melhorar resposta a incêndios florestais em zonas fronteiriças.
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O projeto para a construção de uma base aérea transfronteiriça em Verín, Espanha, a 30 quilómetros de Chaves, foi apresentado, há dois anos, pela Junta da Galiza, mas esteve a marcar passo até agora. Esta semana começou o processo de expropriação de terrenos. O objetivo é melhorar a resposta de combate a incêndios florestais com aviões e helicópteros nas áreas raianas da Galiza e de Trás-os-Montes.
Aquando do lançamento do projeto, em abril de 2021, o conselheiro do Meio Rural da Junta da Galiza, José González, disse, em comunicado, que "esta instalação aumentará a resiliência do território transfronteiriço, reforçará a capacidade operativa da resposta e permitirá identificar, antecipadamente, as zonas de risco e uma ação conjunta".
Segundo o presidente do Ayuntamiento de Verín, Gerardo Seoane, "o problema é que os incêndios atravessam a fronteira e não precisam de passaporte". A partir da futura base aérea, vão poder operar diferentes tipos de aeronaves especializadas no combate aos fogos florestais.
Em 2022, um grande incêndio que começou em Bustelo, no concelho de Chaves, alastrou ao concelho galego vizinho e consumiu uma área superior a 6000 hectares de área florestal e de mato.
Tendo em conta esta e outras ocorrências, Gerardo Seoane está convencido de que "é boa" a ideia de construir a base no seu concelho. "Sem dúvida, a intervenção será muito mais rápida e a dimensão dos incêndios será muito mais pequena", refere. Segundo o alcaide de Verín, "já começou a expropriação dos terrenos" e "estão a ser notificados os proprietários para serem adquiridos, o que vai demorar até duas semanas". O preço foi fixado em "1,80 euros por m2".
Pronta no próximo ano
Em 20 de março de 2023, a Consellería do Meio Rural da Junta da Galiza aprovou definitivamente o processo de informação pública e o projeto de construção. Também declarou expressamente a "utilidade pública e a ocupação urgente, para efeitos de expropriação, dos bens e direitos afetados pela construção de um aeródromo transfronteiriço, no âmbito do projeto Interlumes, nos municípios de Verín e Oímbra".
O projeto da Junta da Galiza tem uma dotação de 10 milhões de euros, com financiamento europeu. A base aérea terá uma pista com 1220 metros de comprimento e 80 metros de largura. Seoane diz que "a ideia é começar as obras neste verão" e espera que a base possa estar preparada para funcionar na época de incêndios de 2024.
Líder da CIM diz que não há uma estratégia conjunta
O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega e Barroso, Alberto Machado, diz que "não há uma estratégia conjunta, em que a infraestrutura se justifica com um determinado fim". Prevê que aconteça "o contrário", ou seja, que "a infraestrutura justifique uma coordenação a partir dela". O também autarca de Vila Pouca de Aguiar acrescenta que "o conhecimento que a CIM tem da base aérea assenta na informação do alcaide de Verín e que é reduzida". Lamenta que "a base não fosse conciliada com a CIM e com a unidade de Proteção Civil do Alto Tâmega".