A câmara de Caminha deu esta quarta-feira luz verde à criação da Eurocidade da Foz do Minho, que além daquele município, agregará também os de A Guarda e O Rosal, na Galiza.
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O novo organismo já tinha tido sido aprovado pelas autarquias da margem galega do rio Minho e foi agora também aprovado por unanimidade pelo executivo municipal, do concelho localizado na margem portuguesa. “Estamos convictos que ainda este ano conseguiremos firmar os documentos finais da criação desta eurocidade”, declarou esta quarta-feira o presidente da câmara de Caminha, Rui Lages, no final da reunião de câmara.
A mobilidade entre aqueles territórios, apenas separados pelo rio, é uma das prioridades da futura eurocidade, que assim deverá juntar-se a outras já existentes na raia do Minho, sendo elas Vila Nova de Cerveira-Tomiño, Valença-Tui e Monção-Salvaterra do Miño. Há uma outra ainda em processo de concretização que envolve Melgaço, As Neves, Arbo e Cañiza.
“Entendemos ser fundamental e estratégico para o concelho de Caminha termos esta união com este dois nossos povos vizinhos. Todos os dias nos vemos, ao acordar, uns aos outros, mas a verdade é que as ligações têm sido muito más. Não temos tido possibilidade de ter ligações permanentes ao território espanhol e também os espanhóis sentem dificuldade em vir ter a Caminha”, defendeu o autarca.
Rui Lages considera “ser agora o momento para que em comunhão de esforços" os territórios possam falar "uma só voz e colocar os temas políticos comuns em cima da mesa”. Indicou como tema prioritário “o assoreamento do rio Minho, uma problemática que envolve dois Estados, o português e espanhol”.
“Temos de fazer a pressão possível para que o nosso rio seja mais vivo e com mais dinamismo, e posso atrair outros tipos de investimento”, disse, acrescentando que são também objetivos da nova Eurocidade da Foz do Minho “a partilha cultural, desportiva e da nossa identidade enquanto povo, que sempre foi intensa e deve ser cada vez mais firmada”. E a concretização de um trabalho conjunto com vista à “captação de fundos comunitários que vão ajudar a alavancar” o futuro organismo.
De acordo com Rui Lages, a proposta seguirá agora para aprovação em assembleia municipal e terá também “de ter a concordância da Comissão de Coordenação da Região Norte (CCDR-N) e dos orgãos espanhóis que tem a gestão desta matéria”.