Com um reforço de sinalização, painéis informativos, cinco novos radares, novos acessos e alterações nas portagens do Grande Porto, estima-se que, por dia, pelo menos dois mil camiões deixem de circular na Via de Cintura Interna (VCI).
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O estudo realizado em conjunto pelos Municípios do Porto, de Matosinhos e da Maia e pela Infraestruturas de Portugal (IP) concluiu que a retirada de duas portagens da A4 (com taxas de 0,20 euros e 0,25 euros) entre a A3 e a A28 é a solução que mais impacto terá no descongestionamento de trânsito na VCI, já que o referido troço só não é utilizado para atravessamento, precisamente, para evitar os pórticos. As mudanças devem estar no terreno até 2026, incluindo a reconfiguração de vários nós.
Neste novo cenário, a expectativa é que, principalmente os pesados de mercadorias com destino ao Porto de Leixões ou ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro escolham seguir pela A4 ao invés da VCI, explica Manuel Paulo Teixeira, diretor do Departamento de Mobilidade da Câmara do Porto. Isto para as ligações nascente-poente.
Para compensar a gratuitidade do atravessamento da A4 e demover também os carros de entrar na VCI, serão criadas duas novas portagens: uma na A28, depois do aeroporto (0,20 euros) e outra na A3, a seguir à intersecção com a A4 (0,45 euros). A segunda portagem na A28 baixará o preço da atual, que passa de 0,90 para 0,70 euros.
O objetivo é promover uma alteração dos percursos norte-sul. Ou seja, para que quem desça a A28 faça um desvio pela A41, seguindo pela Via Regional Interior (VRI). Aí, entra na A4 e escolhe se segue para sul pela Ponte da Arrábida ou pela Ponte do Freixo.
O custo será o mesmo, garante Manuel Paulo Teixeira. É aqui que a sinalização prevista terá um papel fundamental nesta decisão, realça. Através de painéis com mensagens variáveis, os condutores serão informados qual o percurso mais rápido.
O essencial é que o troço da VCI entre o nó de Francos e o nó com a A3 deixe de ser usado para atravessamento e sirva apenas trajetos para quem quer circular no interior da cidade. O que se traduzirá numa redução do número de acidentes, que são a principal causa do entupimento do tráfego.
a começar este ano
Aliás, a maior parte dos sinistros, refere Manuel Paulo Teixeira, acontece devido a "mudanças de via". Portanto, aliada à redução de pesados a circular, haverá um reforço na sinalização nos 12 nós.
Além de painéis informativos com mensagens variáveis, o pavimento terá inscrições para melhorar a comunicação com os condutores, que terão tempo "para se posicionar". Só estas medidas vão custar 1,5 milhões de euros e vão começar a ser implementadas este ano. A par disso, a instalação de cinco novos radares pretende induzir uma redução da velocidade. Ainda não está definido se estes pórticos servirão para multar.
Algumas destas soluções, esclarece a IP, "pela sua complexidade, carecem de ser validadas sob o ponto de vista da segurança rodoviária". Entretanto, os trabalhos vão continuar, em conjunto com os Municípios do Porto, Maia e Gondomar, "designadamente no que se refere à relocalização de pórticos e respetivas taxas, para, o mais rapidamente possível, implementar no terreno as medidas já validadas e aprofundar as propostas" do grupo de trabalho.
A retirada das portagens da A41 era a solução mais indicada pela população para descongestionar a VCI. No entanto, o estudo realizado revelou que, além do enorme impacto financeiro que essa decisão teria anualmente (perdas de receita entre os 7 e os 56 milhões de euros) pouca ou nenhuma influência teria no trânsito da VCI. A procura diária teria uma redução entre 0,25% a 3% dos condutores.
O cenário escolhido envolve a perda de 1,2 milhões de euros por ano devido à retirada de portagens da A4, mas terá mais impacto.