O novo Centro de Recolha Oficial de Animais de Barcelos foi inaugurado, na manhã deste domingo, mas já está praticamente lotado.
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O espaço, localizado na freguesia de Gamil, tem capacidade de 26 celas, uma zona para tratamentos veterinários e custou cerca de 450 mil euros, 113 mil euros provenientes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o restante pela autarquia.
Consciente do número reduzido de animais que a infraestrutura poderá acolher, o autarca de Barcelos anunciou que está já em concurso público uma segunda fase que vai triplicar a capacidade do canil e será, ainda, criada uma zona de lazer para os cães. A par disso, numa zona próxima – na antiga lixeira do concelho –, vai ser construído um espaço para colocar as colónias de gatos existentes na cidade.
“Este Centro de Recolha é um anseio dos barcelenses de há muitos anos e que só agora foi possível concretizar. Não vai resolver todos os problemas, mas é um arranque para começar a ter respostas mais efetivas e eficientes para o abandono”, afirmou Mário Constantino, após descerrar a placa.
O autarca apelou, ainda, para “a consciencialização” que, cada vez mais, as pessoas têm de ter para “um cuidado maior com os seus animais de estimação” porque “a proteção animal não é só responsabilidade das entidades públicas, é de toda a sociedade”.
Números aterradores
Os números de animais abandonados têm já vários anos, mas são aterradores. “Em 2017, Barcelos entregou ao canil intermunicipal uma média de 75 animais por mês, isto dá uma ideia do abandono animal neste concelho. Acho vergonhoso para uma sociedade que se diz evoluída”, revelou Luís Almeida, veterinário municipal.
Para ajudar a reduzir drasticamente este número, o Município de Barcelos conta com a preciosa ajuda das cinco associações de proteção animal do concelho. “As associações têm estado disponíveis para colaborar connosco e estão a ser preparados protocolos. Este trabalho em conjunto e em rede poderá suprir as dificuldades que temos sentido nos últimos anos”, revelou o edil barcelense, acrescentando: “Quero ver se na próxima reunião de câmara já consigo levar os protocolos com as associações para os aprovar”.
Mário Constantino quer que, a partir de janeiro, esteja tudo a funcionar a cem por cento. “A ideia é ter uma recolha própria para depois fazer aqui a socialização e colocar para a adoção. Será difícil funcionar 24 horas por dia, mas vamos tentar alargar ao máximo, até com a colaboração da Proteção Civil e GNR. O que pretendemos é criar condições para que a recolha seja rápida, o acolhimento seja rápido e depois, quando há a morte de um animal, ter condições de o ir buscar e transportar para uma incineradora”, conclui.