Novo Centro de Estudos do Centralismo vai refletir sobre modelo de organização do país
Foi constituída, esta sexta-feira, a Associação do Centro de Estudos do Centralismo (CEC) que está instalada em Miranda do Douro.
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O novo organismo poderá ter um papel "importante" para estudar a melhor forma de organização e de governação do país, defende Sebastião Feyo de Azevedo, ex-reitor da Universidade do Porto e presidente indigitado do CEC. "Agora se é com centralização, regionalização, descentralização em determinados limites ou com municipalização é algo que será proposto em estudos e discussões que nós pretendemos promover", explicou Feyo de Azevedo, que também é presidente da Associação Municipal do Porto.
O responsável acrescentou que Portugal está neste momento a começar a discutir o modelo de governação do território. "O primeiro-ministro anunciou que em 2024 será feito um referendo, uma consulta ou uma auscultação ao país para serem tomadas decisões. As pessoas que estão envolvidas neste arranque há muito que se preocupam com a necessidade de o país repensar o seu modelo de território e avançaram com isto [CEC]", acrescentou o presidente do organismo, sublinhando que "a ênfase está em estudar, discutir o território e os modelos de organização do território de uma forma plural, ouvindo pessoas".
O Centro de Estudos do Centralismo poderá, por exemplo, contribuir "para ter uma base fundamentada de modo a discutir a melhor solução para o território, porque alguma coisa tem que ser feita", vincou.
Na constituição da associação estão figuras públicas como os ex-ministros Miguel Cadilhe e Silva Peneda, Óscar Afonso, responsável do Observatório de Economia e Gestão de Fraude e membro do Movimento Cultural Terras de Miranda, ex-autarcas do PSD e pessoas de vários setores de atividades, desde a política à cultura.
O CEC vai ficar instalado em Miranda do Douro, dispondo de uma biblioteca dedica a este tema, que já conta com o espólio doado por Miguel Cadilhe sobre esta temática, bem como com ofertas de outras personalidades.
A presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, indicou a sua satisfação por acolher a sede deste centro. "É um enorme orgulho. Vai ser um projeto que pode contribuir para que se fale de Miranda do Douro, do centralismo e da regionalização. Pode pôr a cidade no mapa do país", explicou a autarca.