O Centro Geriátrico que vai nascer junto ao Centro Social de Soutelo, em Rio Tinto, a maior freguesia do concelho de Gondomar, vai ter capacidade para apoiar até 150 utentes. A obra será financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência e pela Câmara.
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O processo de construção do novo edifício da instituição foi apresentado nesta quinta-feira. O novo espaço dará resposta de centro de dia e de convívio a mais cerca de 150 idosos de Gondomar. Será prestado apoio domiciliário a 86 destas pessoas.
Atualmente, com espaços em Rio Tinto e em Campanhã, no Porto, o Centro Social de Soutelo ajuda quase 200 idosos, incluídos num universo de mais de três mil utentes que frequentam outros serviços, como creche, pré-escolar e ocupação de tempos livres.
António Correia, de 71 anos, e Maria Manuela, de 85, partilham a expressão com a qual descrevem o Centro Social de Soutelo: "É uma segunda família". Os dois utentes da instituição contam que fazem muitas atividades durante a semana. "Só é pena não vir cá ao fim de semana também", afirma António Correia.
Esta é uma das ambições mencionadas pela presidente do Centro Social de Soutelo, Sandra Felgueiras: "Pretendemos e faz parte da continuidade deste sonho conseguir o alargamento da resposta de centro de dia para todos os dias do ano, incluindo sábados e domingos, porque notamos que é essa a necessidade das pessoas que nos procuram". "Sou muito bem tratada pelos técnicos. Se pudesse, ficava aqui a dormir também", salienta Henriquina Pereira, de 90 anos.
A presidente do Centro Social destaca que ontem foi "um dia de extrema importância para a instituição, a freguesia e a comunidade e particularmente emotivo", que a deixou "extremamente feliz". A "longa jornada" percorrida para conseguir criar o centro geriátrico pode justificar a emoção. "Sou sócia há 40 anos e pelo menos há 20 que tentamos dar um espaço condigno aos idosos da freguesia. Com este equipamento vamos aumentar a nossa resposta", referiu Sandra Felgueiras. A dirigente assinalou ainda que a necessidade de contratar "toda uma nova equipa" de profissionais "vai dar resposta em termos de empregabilidade na freguesia".
De acordo com Sandra Felgueiras, "o projeto está orçamentado em quase dois milhões de euros. Cerca de metade está assegurado pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), ou seja, a candidatura, bem-sucedida, ao apoio dos fundos europeus impulsionou o avanço do processo. "O resto terá de ser angariado por fins próprios, ajudas da autarquia, financiadores privados. Temos muito ainda para trabalhar", acrescentou.
Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, salvaguardou que o Centro Social de Soutelo pode contar com "investimento de, pelo menos, seis dígitos", por parte da Autarquia, uma vez que estão "muitos utentes em causa" e o novo equipamento representa "uma resposta fundamental para este território". "Temos de ajudar, não viraremos a cara a este projeto. Quem fica a ganhar somos todos nós", assegurou o autarca.