Concurso para linha e ponte será lançado até ao final do mês.
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Será a segunda ligação de metro entre o Porto e Gaia e promete captar até 12 milhões de validações por ano. Quase tantas quanto a Linha Amarela, entre o Hospital de S. João, no Porto, e Santo Ovídio, em Gaia. Esse traçado está já acima da sua capacidade e a nova Linha Rubi, que partirá da Casa da Música, permitirá uma melhor distribuição de passageiros pela rede de metro. O ex-líbris do projeto será uma ponte sobre o Douro, entre o Campo Alegre e a Arrábida.
O novo traçado do metro terá, no total, oito estações, das quais três, em Gaia, ficarão à superfície. Das subterrâneas, será a estação de Soares de Reis, também em Gaia, a mais cara, pela sua profundidade: 23 metros abaixo do solo. O concurso para a construção do traçado e da própria travessia será lançado em conjunto e deverá arrancar até ao final do mês, para que as obras comecem entre o final de outubro e o início de novembro. Os 300 milhões de euros previstos no Plano de Recuperação e Resiliência já não serão suficientes e, por isso, os preços serão revistos para que o concurso seja lançado com o valor atualizado.
pilares renovam espaços
Construir a infraestrutura levará três anos, notou ao JN o engenheiro Miguel Sacristán, do grupo espanhol Arenas & Associados, que pertence ao consórcio que projetou a travessia. O processo construtivo será o maior desafio, diz o engenheiro Filipe Vasques, do Laboratório Edgar Cardoso. E, à boleia dele, Gaia ganhará um novo parque urbano. Ao invés da criação de uma estrutura comercial ou cultural na encosta da Rua do Cavaco, nascerá um percurso verde com ligação entre a cota baixa e a cota alta. Será um parque-miradouro, com percursos pedonais em ziguezague com pendentes à volta dos 8%, disse ao JN o arquiteto da ponte, José Carlos Oliveira.
Na outra margem, na envolvente do pilar que ocupará o lugar da atual bomba de combustível da Repsol na Rua do Ouro, nascerá uma praça com ligação por elevador à Rua do Bicalho e ao bairro de Massarelos.